terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vagas, palavras vagas
Dry Neres



Os poetas também amam?
Ah, já me perguntei.
Como resposta, obtive uma lágrima que molhou minhas curvas...

Os poetas também amam, meu Senhor? Perguntei a alguém de barbas longas, e ele só acenou. Perguntei a jovem moça que passava em suas cores de mar, e ela assim me guiou. Ainda invoco os seres naturais desse planeta. Durmo no mar, deito nas estrelas, rezo-te, oh sol... Brinco nas nuvens, beijo as flores, banho-me na terra, visto-me do ar. Os poetas também gritam. Os poetas também sabem sorrir, talvez amar... com licença, da formosura do meu pensar. Ah, o amor... de vagueza em lonjura... perco-me nos conceitos arquétipos que leio nas enciclopédias. Emaranho-me nas rupturas que escrevi em minha pele, acerca desse tal sujeito que não ousa sequer ter predicado. Ele, por si só, é. É!! É sem explicações, e se comporta bem assim, por ser o motivo de toda a dor e alegria dos seres que moram por aqui, acolá... de bem longe também. Quero muito... quero mesmo... deixar de escrever-te em mim, e logo em seguida, borrar-te, deste papel vivo que me fiz. Quero de uma vez por todas que meus versos invadam seu sorriso, que moldurem em teus lábios as letras minhas, com os desejos meus de ter você repousado em minhas entranhas. Mas é tudo vago. Tudo aberto. Entre aspas. Marca textos. Braços frágeis. Queria sua luz aqui de novo, me iluminando as noites e congelando as horas que marcam neste relógio azul, de pulso amarelo-fome. De sede risonha-febre.
Os poetas também amam mito-do-meu-encanto-maior? Por enquanto sangram. Mas em ti, podem se curar. Reinventa-me! Eu clamo...

7 comentários:

Anônimo disse...

P-E-R-F-E-I-T-O Amor, Suki Plin

Poeta Mauro Rocha disse...

O que clamas?? O Poema ou a cura das dores efêmeras?? Ótimo texto.

Um beijo e abraço!!

Anderson Meireles disse...

Poetas amam demasiadamente...
Suas maior busca é buscar o amor, talvez nem seja encontrá-lo, como um peregrino que tem seu pprazer em caminhar... chegar a algum lugar nem é tão interessante,
abraço!

Anônimo disse...

Dry.

Os poetas amam sim. E devem se libertar! Tirar o véu e as aspas, viver o conteúdo que apregoam. Simplesmente sentir na pele esta entrega...

Os poetas, em especial os amantes, possuem muito o que o dar!


Beijos, querida.

Ana

Cristiana Fonseca disse...

Lindo o texto, o amor é inspirador. Crio que os poetas amam com muita intensidade.
Sensívele belo texto.
Abraços,
Cris

*** Cris *** disse...

Os poetam amam sim, acho que amam intensamente perfeito.
Lindo texto querida Dry.
bjs!

Katia De Carli disse...

Ah Amiga
Poetas são sempre os que mais amam, amam tanto que derramam... em lágrimas furtivas, outras nem tanto; porque sempre lhes falta algo, é uma saudade permanente, seja do amado seja do amor em si.
Vivemos para amar.
Mesmo sem esperança
Poetas amam, e sofrem, e esperam, e se despedaçam, e reunem os cacos, e voltam a amar para repetir todo o ciclo, infinitas vezes...
Vida de poeta!
Melhor assim... mesmo com a dor, do que viver com o nada...
beijinho