sexta-feira, 27 de maio de 2011

Introspecção
Dry Neres











O tempo finge que é tempo, mas não passa de razão. Faz-se de sonso e colorido, mas não passa de solidão. Olha para trás e percebe tuas rugas, teus cabelos desalinhados, tua alma rude e teus pés aflitos. O tempo se faz de otimista, mas não passa de ficção. Não pode haver otimismo enquanto a vida escorre entre os dedos. Os mundos que você visitou estão bem mais distantes do que sua vã filosofia pensa em descrever. Os mundos que você visitou foram deletados de sua memória. Ficou o aperto do que não foi. Haveria possibilidade de ser? Haveria felicidade longínqua naquele sorriso? Desenvolveria amor sustentável? O que você pode fazer agora é ser paciente e aguardar os próximos passos. A borracha que facilitaria o teu trabalho ainda não fora inventada. O que apaga as marcas? Tua fama de bom moço não pode de uma hora para outra, destilar, expurgar os rastros. Todo ser é sempre ruim ou bom. Todo ser é sempre sujo e angelical. É a penitência de ser humano. A tua razão por vezes grita. Grita até para ter vez, porque teu coração vive  encantado com a emoção que te toma pelos braços e lhe concede danças diárias. Haveria sido feliz d'outra forma? Poderia ter tomado nos dedos outras argolas de compromisso aceitável? Apresentar-te-iam as flores? E as dores dos teus? Terias permissão assim, para ser poética? A escrita vem dos loucos. D'outra forma seria sã e não adoentada pelos percalços e baratos que é se machucar com suas escolhas. Outonos viris e a sensação de garganta seca. Correu todo o teu passado em breves minutos? Optaste pela letra e não pela melodia. Faz então da tua letra, melódica, ora!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Qual é a natureza do amor?
Dry Neres






A humanidade tem fechado os olhos para a corrupção, para a crueldade. Tem aplaudido de pé a ignorância dos fanáticos religiosos, que pintam um Deus imoral e injusto. Nojento, para estes, é ser homossexual. Imoral é nutrir uma união que celebra o amor. Petulante é pedir direitos iguais.

Todos os dias, nos noticiários, atrocidades são desnudadas diante de nossas faces, mas continua sendo pauta de pregação ou chamamento ao arrependimento, a igualdade como ato IN-Constitucional. Muito se fala... São retóricas, falácias imorais. O amor virou imoral para eles. Mas os dedos apontados se voltam de forma voraz quando são questionados sobre o abuso financeiro contra os “fiéis”, sobre a pedofilia contra os inocentes.

Só quem é... Sabe a dor e a delícia de assim o ser.  

A dor é ainda hoje, em pleno século vinte e um, ter que saber que tal amor mesmo sendo a coisa mais linda e importante da minha vida deve se enclausurar e se conformar com quatro paredes que nos separam do mundo... Que não nos revelam.

A delícia é que mesmo diante de tanta dificuldade, o meu coração se enche de orgulho do que sou. Não optei por nada. Sou. Há certas escolhas que a vida faz por nós. A felicidade consiste nisso. Mesmo caminhando entre bosques espinhosos e terra escorregadia, cercada por selvagens inescrupulosos, porcos e desumanos coloco-me em estado de paz interior... Porque eles não sabem o que é o amor, nem o que é amar. Eu sempre soube. Do meu jeito. Movida pelo coração. Pautada nas emoções que a poesia de ser “gente” me revela. Sou. Diferente. Diferente não pela condição sexual, mas simplesmente pelo fato de viver... Coisa que mais da metade da população da Terra não sabe, porque se preocupam com mesquinharias e se preocupam, sobretudo, em viver na hipocrisia cega e desmedida de homens que se julgam “de verdade”, mas não passam de uma mentira.

O que eu sinto, verdadeiramente jamais poderia se chamar pecado. Pecado mesmo é pensar que Deus é um tirano.

Qual é a natureza do amor?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cada dia mais...
Dry Neres




Tenho dito pouco, sentido mais. Não troco os teus beijos pelo teclado poético, mas preciso vez ou outra, derramar esse amor do  tamanho do mundo todo em textos longos, palavras felizes.

O que eu sinto por você me transmutou de uma esfera em preto e branco,  para a aquarela que não é de Vinícius, que não é de Toquinho... para a aquarela que é o teu-meu sorriso. E eu amo amar cada vértice teu. E eu amo amar suas caras e jeitos e faces e números e curvas. E eu...

Sou louca por tuas mãos, teus pés, tua alma doce. Sou louca por tua voz, pelo formato do teu rosto, pela forma como você toca o indizível ao falar do nosso amor. 

Eu não poderia escrever outra coisa... porque é bem mais que nítida toda a paixão que devoto a ti. Meu coração se enche em agradecimentos por te ter em minha vida. Eu não tenho palavras para expressar a alegria que é compartilhar momentos, sonhos, sorrisos com você. 

Obrigada, amor... Serei tua eterna namorada, confidente, amiga, mulher. Serei tua eterna guardiã, minha criança. Velarei teu sono, teus dias, teus passos, nosso amor...

E... ainda que pareça clichê:
 
"Se você não existisse, eu te inventaria". 

E você sabe disso! 
Afinal, são quase três anos... Os quase três anos que me valem tudo o que já vivi e que ainda vou viver.

 Amor da minha vida... é tão lindo tudo o que eu sinto...  
Cada dia mais!