segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

- Mil e noventa e sete dias



Não. Eu não suportaria te perder... Ensaiei esse exercício mental por alguns minutos e então senti-me desfalecida. Um amargo tomou-me os lábios e pontiagudas faíscas de dor invadiram o meu aparelho cardiovascular, que abriga o órgão do amor. Não. Negar ao nosso amor é como anular a melhora significativa que se formou em mim após meus dedos tocarem a sua face pela prim
eira vez, há mil e noventa e sete dias. Eu amo o impacto que a sua existência provoca em mim, como refúgio, alento, segurança, cuidado... Eu amo suas caras e bocas e exageros e melancolias e a inexistência de segredos entre nós. Amo, sobretudo, a dádiva de escrever um livro só nosso, com a nossa história viva e inspiradora, orquestrada em poesia e música, habitante de um teatro da vida real.
Em 'quase segredo'...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

É grave?



- Qual é o diagnóstico Dr.?
- Estágio agudo de melancolia poética, imerso em convulsões na alma e bronquite cardio-emocional.
- É grave?
- Pode ser ou não. Tudo na vida é assim: uma estrada dúbia e incerta. Incandesce tua alma de poesia e envolve teus olhos em duas ou três páginas de Lispector, Meireles, Exúpery... 'Poematografe-se'!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Respira-me!




Acometeu-me noite outra, não sei exatamente qual, um burburinho de acelerações cerebrais. Era mais ou menos assim: taquicardia, sudorese, pupilas dilatadas, ausência de ar no canal responsável por exalar respiração, trepidações fantasmagóricas que migravam e imigravam daqui para ali e dali para cá, entre os pés e o pulmão.

Pensava-se em tudo e em quase nada. Dilacerava-se. Corroía as unhas da alma. Tentava-se enclausurar numa janela ou outra alguma inquietação. Tentava-se... Continuo tentando... Continuo tentada... Continuo ada... Continuo a... Cont...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Brincadeira de criança...



Eu que não caminho de mãos dadas com a rima,
Recorro a ela - minha imaginação - distante prima.
Sai faiscas, comichão e desespero,
Não sei domar-te ainda - Ah, exagero!

Desato os nós na língua,
Vem palavra, apazigua!
 .
 .
 .
 .
 .
 .
Ventou!
E a imaginação?
Resolveu brincar de 'esconde-esconde'.
 

domingo, 18 de novembro de 2012

À palavra - mil perdões.




É estranho. Agora nos falta intimidade. Você não me reconheceu. Recusou minha senha. Deveras... A culpa foi minha. Pensei por um momento que perderia esse espaço que dias outros era de confissão e apego. Hoje sou - DESapego? Não sei ainda. Prefiro não discutir os porquês de ter me desprendido do hábito que me salva da insanidade. Todavia, sei - agora mais do que nunca, que a escrita liberta essas incógnitas que hora ou outra assolam meu cenário pensamental. 



Tenho caminhado pelos infinitos mundos que já visitei. Em alguns, percebo o quanto não me é saudável recordar. A gente erra... Erra bastante. E quando deseja acertar, algo te faz cambalear, DESacertar. São os rastros do que fomos que ficam em nós como perfume vencido. Não consigo perceber fragrâncias sutis. Sinto peso, amarras, cordões. 



Preciso me reconciliar com os dedos que expurgam os mais vorazes fantasmas, porque eles se aglomeraram em mim... Foram se acumulando. Sim, porque deixei de expô-los, destruí-los. Quem tem um turbilhão de sentimentos dentro de si, fatalmente precisará recorrer a esse mecanismo. 



Joguei fora as vestimentas de poeta. Deixei a maquiagem correr na face, como as gotas da chuva. Desabotoei as ideias. Desamarrei os desejos. Deixei-me caminhar só... Desarmada, desalmada, desletrada. Ignorei as palavras. Desconstruí a casa prosáica que um dia servira para sustentar o meu edifício interior. 



Desculpe-me, prosa. Perdoe-me, poesia. Essa separação só fez de mim mais humana. E a quem interessa a humanidade, quando se tem nas mãos a possibilidade de fundar mundos, reinos? Se te interessa, faça bom uso! A mim, não. Percebi que a realidade demasiada, ainda que esta seja feliz, não te permitirá curar os casébres das tuas entranhas. 



Os meus florais são as palavras. Estiveram sempre aguardando o meu retorno, pacientemente. Estiveram sempre pintando nas paredes por onde eu passava: VENS, USA-ME - ANTÍDOTO SEU SEREI! Evoco-te... Não mais permita nosso desligamento. Se quiseres eu, partir... Surra-me e devolve-me à minha morada. Apanha-me e inquieta-me, por favor. Desperta-me e engole-me. Se preciso, guarda-me dentro de ti... Pois escuridão alguma é capaz de ofuscar a luz que se dissipa quando nos encontramos. 



À palavra - mil perdões. 






domingo, 10 de junho de 2012

Três e meio...
Dry Neres



 Verbo-te, amor. Verbo-te, porque aprendi Heduardamente, que a poesia é o lapso temporário da ilusão. Se ilusão tu és, deixa-me iludirmeamar-te até contigo as estrelas alcançar. Expurgo ideias que não cabem na imaginação. Amontôo sentimentos que a direção não pode alcançar. Haveria aqui, pecado algum? Se houver, alguém me diga, porque pecar assim é, sobretudo, amar e sorrir. Porque pecar assim, deixa o sabor da pureza nos lábios e faz com que o coração sinta repouso e pouso acalentado. Verbo-te, em verdade, em palavra que não sei ao certo usar. Sei que devoto a ti, todas. 

Feliz dia dos que se amam. Se é que há um dia específico para estes. Há? Impossível. Ainda que o verbo haver permitisse conjugação. Não há!





quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ver!ssimo and I...
Dry Neres



- Veríssimo? 
- Sim...

Nenhuma descrição metafísica alcançaria a magnitude daquele momento. Nada captaria de forma genuína os batimentos do meu coração. Naquele momento, a poesia me abraçou. Primeiro, vários silêncios. Depois, algumas palavras soltas. O megafone e as poesias que penetravam de forma enlouquecedora. Ver!ssimo, um ícone. E eu, ali caminhando descompromissadamente nas ruas apaixonantes de Piri... Um encontro ensaiado nos meus sonhos. O encontro se tornou real. Ver!ssimo - humildade, sutileza. Eu - explosão. 

- Obrigada, boa noite Ver!ssimo!
- Que isso, boa noite!








quarta-feira, 2 de maio de 2012



Eu sei. Tudo bem. Estou mesmo em débito com nossas confissões poéticas. O importante é que você saiba, que a poesia pra mim sempre foi fuga. Com você eu não preciso disso. Eu não tenho tempo para contar as alegrias em caracteres no papel. Nossa realidade me rouba o devaneio do fingir poético, do sofrimento que se quer ter. Com você eu não preciso disso. Estou sóbria. Lúcida. Conectada. Com você eu não preciso disso. Tudo bem. É um mimo e você adora. Então escrevo. É um mimo, um direito seu e eu não vou roubar isso de você, apesar de acreditar que eu deveria estar agora me poetizando no desejo dos teus lábios. Tudo bem, eu escrevo. Mas não consigo enquanto você me beija. Então senta ali. Me deixa aqui pensar no que fizemos nos últimos dias. Amor, com você eu tenho a direção. Eu que nunca gostei de roteiros, amo desesperadamente o contar dos segundos pra te ter ao meu lado. Eu que nunca gostei de roteiros, te leio tarde, dia e noite e decoro tuas falas, caretas, sorrisos, birras, curvas. Decoro. Não posso te perder nunca. Seria simplesmente como dar adeus ao que sou, ao que me fiz, ao que somos. É isso - TE AMO!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amo-te desesperadamente. A cada mês, ano, brigas, sorrisos, conchinhas. Amo-te e é isso. 365 x 3 + 121 = 3 anos e 4 meses. 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Não desejo ser lida. Preciso antes desaguar esse mar de convulsões exasperadas que me tomam o nó na garganta. Fecho os olhos, faço um pedido. Abro os olhos, desisto. Não posso fazer só um, quando na verdade o canal responsável pela emissão de sentimentos me grita mais urgências. Eu queria abraçar você agora. Deitar no teu colo e dizer: - "Tá tudo bem" - . A questão é que o medo de te perder, às vezes me impede de tocar sua face maternal. Eu queria te dizer que tudo isso não passa de um pesadelo bobo, de uma história mal contada, de uma brincadeira de mal gosto. Eu queria poder arrancar tuas células que insistem em inundar desordenadamente teu organismo. Quisera ter o poder de piscar e sanar tua dor física e mental. Quisera eu não chorar agora... Eu estou tentando ser forte, eu juro. Mas, volta e meia, mãe, eu sinto um aperto nas veias e órgãos e é como se as minhas células também estivessem morrendo. Fácil entender - A sua dor é a minha dor -. As palavras, minhas aliadas, se fazerm neste exato momento minhas maiores inimigas. Travamos um confronto entre o que eu sinto e o que posso dizer. Eu te amo, mãe. Fica logo boa, fica?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

1440 MINUTOS
DRY NERES





O AMOR ME TIRA O FÔLEGO, AS VÍRGULAS... É VISCERAL. SINTO-ME INTEIRAMENTE TUA, ENTREGUE, NUA. A MINHA PRETENSÃO VAI MUITO ALÉM DO QUE CONCATENAR IDEIAS EM FRASES COMBINADAS E BELAS. A MINHA PRETENSÃO VAI MUITO ALÉM... É AMAR-TE E RESPEITAR-TE POR TODOS OS DIAS DE NOSSAS VIDAS ATÉ QUE PERCEBAMOS QUE A FRASE "NOS SEPARE" NÃO NOS PERTENCE. EU QUERO HONRAR A DOÇURA DOS TEUS LÁBIOS QUE ME ENVOLVEM NUMA ATMOSFERA INTERPLANETÁRIA. EU QUERO ABRAÇAR AS TUAS MÃOS E OLHOS NA TENTATIVA ULTRAROMÂNTICA DE TE DIZER: SE APAIXONA POR MIM DE NOVO, POR MAIS DUAS HORAS OU DOIS DIAS, OU QUEM SABE, ATÉ POR TODO O SEMPRE. SE APAIXONA POR MIM, A CADA BRIGA, DESPEDIDA, NOITES MAL BEM DORMIDAS, PASSEIOS INSANOS, FILMES ROMÂNTICOS, JANTAR JAPONÊS.  E DOCE É A RESPOSTA QUE VEM DO TEU CORAÇÃO PARA ALCANÇAR MINHAS PRECES. EU SEI QUE TU ME AMAS E QUE NOSSOS DEDOS UNIRAM-SE EM VOTOS LONGÍNQUOS DE AMOR DESESPERADO, EM ALIANÇAS PERIÓDICAS, EM TANTO AMOR QUE NEM SEI MAIS. OBRIGADA POR VELAR MEU SONO, TIRAR MINHAS MEIAS, ME FAZER CAFUNÉ. OBRIGADA POR COMPARTILHAR COMIGO TEUS DIAS, SEUS SORRISOS, SEU ENCANTO, SUAS BIRRAS, SUAS DÚVIDAS, SEU COLO. OBRIGADA POR ME FAZER COMPREENDER QUE NÃO HÁ NADA MAIS VALIOSO DO QUE TER ALGUÉM PARA DIVIDIR O COBERTOR E O TRAVESSEIRO E COMER PIPOCA DOCE VENDO O JOGO DA SELEÇÃO OU SORRIR E CANTAR UMA MÚSICA QUALQUER ELEVANDO OS DECIBÉIS QUE SE MISTURAM A UM CARRO EM MOVIMENTO UNIVERSITÁRIO. EU SOU LOUCA POR VOCÊ.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Olhos Capitulinos
Dry Neres



Eu preciso te contar... Deita aqui no meu colo como quando o sono não quer te abraçar e a insônia te toma os neurônios... Deita aqui para que eu te diga o que esse coração apaixonado grita dia após dia ainda que em meio a essa caminhada imersa em dúvidas, despedidas ensaiadas, risos, lágrimas, viagens, beijos, intensidade. Ainda me recordo da casa prosaica, primeiras palavras que enderecei aos seus olhos. Ainda me recordo da forma profunda como quis que me conhecesse logo de início. Lá estavam as formas, as cores, os sons e os sabores da minha poesia que eu queria que fosse sua. Hoje o que temos é muito mais... livros vivos, cumplicidade, o vermelho fogo que não cessa... Uma história que não consigo enxergar fim. Construímos uma vida. Construímos algo infinito que confesso até hoje não saber nomear. Confesso ainda não saber o que fazer quando os teus olhos capitulinos cruzam os meus. Não sei se beijo ou toco ou mergulho ou encanto... Não sei o que tens por trás deles. Sei o que sinto quando os vejo. Êxtase. Hipérboles. Não cabe em calendário algum o que eu sinto por você. Não há descrição capaz de figurar o que é o encontro dos nossos lábios. Não me percebo no mundo sem você.