quarta-feira, 29 de abril de 2009

És mais que o melhor em mim
Dry Neres




Penso que o amor nos acolheu, nos escolheu.
Não me vejo assim, não mais como sujeito independente.

Somos juntas (os) um arquipélago de cuidados, afagos.
Nossos corpos se traduzem, se desejam, se esperam.


O movimento frenético de roer unhas revela a minha ansiedade em te ter por perto
– Quando: Sempre!
Apaixonamos-nos diariamente.
Mandamo-nos flores em forma de
beijos na mesma quantidade
De estrelas que existem no infinito.
Nosso cuidado ultrapassa os conjuntos numéricos, silábicos, geográficos.

Descubro e aprecio a doçura da alma tua.
Repousar a minha face sobre a tua me tem sido como a calma das nuvens.
É sempre algo novo.
É cada vez mais
real.
É cada vez mais amor.


Nossos corpos se abrigam, multiplicam.
Nossa entrega é fotografada pelos deuses.
Nosso amor é
romance parnaso.
És mais que o melhor em mim.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pensei que sabia tudo das estrelas...
Dry Neres





Recordei-me instantânea e brevemente das constelações por onde meus sorrisos ecoaram seu nome em silêncio. Acho mesmo que já te amava antes mesmo de sua face conhecer; antes mesmo dos lábios seus conduzirem os meus no mais belo teatro vivo, de gente de verdade, que meu coração pôde contemplar; antes mesmo dos meus dedos passearem tua face numa sincronia cautelosa, simples e mágica.

Nos teus olhos pude aprender que existe poesia na alegria, que os poetas podem tocar o amor, que a solidão que então me acompanhava era pequena e se apagou... Partiu, visto que seu abraço abrange todas as células minhas desse corpo tão pequeno e frágil, desse corpo que tem como iniciais o nome teu, o perfume teu, a foto tua impregnada nos olhos refletidos n’água!

Pensei que sabia tudo das estrelas. Li em alguns livros que elas têm brilho próprio, formato singular, calor quase milenar. Ouvi em algumas músicas que as estrelas são esferas quase nucleares que brindam o amor, que inspiram os amantes, apaixonados.
Mal sabia eu, minha amada, que o brilho das estrelas mora logo no beijo teu. Senti-me uma desconhecedora de palavras e arpejos e notas
e desconhecedora, sobretudo, e sobre-todos, de todas as filosofias que os homens inventam para explicar os desígnios de Deus. Mal sabia eu, minha amada, que o brilho das estrelas iria eu conhecer nos lábios teus.

E cada passear pela tua face me é como desenho de cada estrela dessas. E só deram o nome de Estrela, porque o homem, burro que é, esqueceu-se de perguntar o endereço teu; esqueceu-se de procurar teus dados, nos bancos de dados das coisas mais lindas, tão lindas que o Criador de tudo e dos céus, pintou!

E elas, só brilham e encantam e apaixonam seus apreciadores, porque aprenderam sumariamente com o teu caminhar, como é doce, como é eterna a nostalgia e fascínio do teu jeito assim sublime, quase sem par. Se me deixares somente ouvir teu guizo sorridente numa estrela dessas, e deitar-me, porventura, nas ondas que fazem os cabelos teus, serei eu feliz... Sentir-me-ei logo, quase estrela, quase apaixonada... Mais que amante teu!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Regência
Dry Neres



Uno os cacos, cactos, casebres, cacofonias, casos e causos, casas e gentes. São elos que invento na utopia de tapar alguns espaços meus. Cato palavras, colho músicas, capturo lágrimas para enfeitar poesias que saibam encher olhos famintos de rios largo-extensos, de líquidos sumos tão necessários ao movimento tão aclamado pelo meu eu, tão já desesperado - Movimento de pisca-abre, pisca fecha, pisca-morre.

N'alguns séculos destes que tenho vivido troco as bermudas por várias cores. Bebo cada cor como se cada uma, de cada qual fosse minha de verdade. Não peço licença ao entrar em orquestras humanas, divinas, insanas. Não tenho coragem, mal tenho coragem, de fitar-me no espelho. Sou outra. Sou várias. Sou o caos mesmo quando tudo é só calmaria.

Tenho a urgência de todas as flores. Tomo conta da doçura que me fora conferida com precisão. Tenho luvas de poesia, tenho os pés não sobre o chão. Entre emails e globanalidades, quero meu sossego, minha rede pra me embalar. Entre os transgênicos e os clones, quero só fotos 3x4, preto e branco pra minha memória desistir de esquecer dos meus sorrisos - Longínquos!

De beijos intermináveis quero encher os meus dias. Desejo vestir-me da sutileza e maciez das mãos de majestade 'Principal' (termo que emprego para dizer de príncipes, princesas, porque nos meus devaneios, posso imitar alguns poetas) - suas. Eu bebo a solidão do mundo e sinto que não pertenço a essa esfera aqui que piso. Já não me sinto de tudo, só nesse mar de braços e pernas... Já me é diferente o viver, porque de alguma forma a tua presença me transmuta.

Sim, não me julgo, nem me mutilarei por gostar de escrever dos amores e das dores, com as mesmas letras, nas mesmas poesias. É uma mistura agradável que me agrada facilmente, visto que sou duas e o ser humano é um-dois eterno (S) dúbio-s. Sou loucura aos meus olhos. Sou um vício saudável se souber se alimentar dos meus sorrisos e frases em construção de Regência reticente.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Diálogo das Consonâncias II
- Poesia em Carta do Meu-Nosso Amor -
Dry Neres




Quando nossas vozes ecoam em uníssono nossa mais doce frase - "Você é toda minha poesia", meu coração parece criança a caminhar entre as flores e galáxias longínquas. E digo-te, somos então, amor meu-nosso amor, poesia uma D'outra!
Imprimo em meu sorriso tuas palavras, doces palavras, letras ao 'pé do ouvido': "Nossos corações parecem se abraçar quando eu te abraço... E minha boca parece degustar a fruta mais deliciosa do paraíso quando encontra a tua... E quando eu te toco, sinto o macio de uma seda... É A MAIS PURA VERDADE"!
Meus olhos choram de emoção, minhas lágrimas dançam em minha face, em ato de ser feliz e te amar muito, docemente muito, coloridamente o bastante. E quando você me diz, amor meu-nosso amor, que tem por mim amor irmão ao que exalo por você, eu me convenço dessa afinidade. E sei que é grande, puro, sincero. Uma espécie rara do amor-romance, amor-amizade, amor-completo!
Quando da sua boca-néctar vejo o balbuciar da canção que inventaste para meu sorriso: 'E eu acordei no meio da noite e te vi lá ao meu lado... Novamente, com as costas nuas... E o tom da tua pele em uma harmonia com o azul do cobertor... Tuas curvas, teus cabelos... Te abracei forte, nem sei se você sentiu'... Eu fico num estado poeticossintetizador indescritível, incomunicável!

Quando dos teus olhos de inspiração Machadiana e de loucura Shakespeariana, fotografo o que me dizes: 'Uma mulher tão linda, ali comigo, completamente entregue... Senti que devia te proteger... Cuidar desse pequeno corpo tão sedutor, que me encanta e me enche de desejo'... Eu transbordo de todo o amor do mundo! E sinto todas as sensações mais excitantes nomeáveis e sem nome, assim como você, amor meu-nosso amor.

Digo-te em resposta a tanta poesia-verdade-nossa, que eu já não caibo em mim. E nunca foi tão real, você na minha vida! Eu posso te tocar; eu sei que você está comigo; eu sei que nosso amor é de verdade; eu sei que quero você, mais e mais e sempre e sempre... Nada das/nas literaturas e gramáticas por onde morei e fui peregrina, podem traduzir o que é a grandeza desse sentimento. Realmente, não sei dizer... Sinto-me pequena diante do nosso amor!

Sou refém, recém... Brinco de tocar a felicidade, você, nosso amor. Sou bailarina em espetáculo, sou artista, espectador. SOU, quando ESTOU com VOCÊ!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Dias felizes, dias de sorrisos largos...
Dry Neres




Nesses dias em que meu corpo quis morar no seu, energizei-me de toda a poesia que somos. Me apego aos olhos, aos abraços, aos silêncios, às lágrimas de emoção. Me refaço nas certezas incertas que temos de nossas mãos entrelaçadas, sob a luz de uma estrela em meio à madrugada longa. Abraço o vento das noites ensolaradas que são quando nossas almas se unem e dançam no nosso palco de gente real. E tua fala e teu sorriso e teu jeito de me acarinhar e olhar nos olhos, me sustenta, me equilibra, me desenha. Sua pele é pura poesia nos lábios meus.
Eu adoro suas caras, seus jeitos, suas roupas nuas. Você é toda a minha poesia... E nunca me fora antes tão real, tão cheia de cor. Esses dias, meu amor, são dias felizes, dias de sorrisos largos. Custo a me acostumar com meu travesseiro vazio do perfume teu. Custo a me acostumar com os meus pés nus dos beijos teus. Meu lençol não tem tua silhueta desenhada e faz frio longe dos seus beijos.
Delicio-me com nosso gargalhar, com nossa cumplicidade e incluo nas gramáticas a língua que criamos para nós. E acrescento às literaturas todas as falas não ensaiadas no amor nosso; desse amor já adulto que se instalou em cada órgão nosso, em ato de troca sorridente. Sorrio... Sorrio de olhos fechados, respiração leve e sinto sua respiração próxima da minha.
Gosto de forma ímpar das canções que são entoadas para o nosso amor. Aprecio a poesia que se apresenta para o nosso amor. Fico encantada, boba, emocionada com as nossas vidas que escolheram o caminho de passos juntos. Inebriada de amor, sou banhada pela tua presença como o néctar banha os lábios dos famintos. Você me alimenta! Você me faz sentir um pedaço do céu dentro do meu coração.
Esses têm sido dias felizes, dias de sorrisos largos...
Pega minha mão, beija meu sorriso... P-E-R-M-A-N-E-Ç-A!!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Declar-AÇÕES
Dry Neres



Ganhei olhos rasos de lágrimas fundas ao me deparar hoje com o coração pedindo explicações acerca de tanta dor. Ganhei punhos fracos ao tentar imprimir em linhas todo o sangue e suor e os retalhos dessa SOCIEDADE massacrada e TÃO CARENTE DE AMOR. Como é doloroso saber que a fome ainda se faz presente, mesmo com tanto avanço tecnológico, mesmo com todo 'avanço' desse mundo 'glo-BANALIZADO'. Dói-me saber que tenho meias nessa manhã fria e que do lado meu, alguém sente frio de bater os dentes. Quantas armas são apontadas e quantas almas são violadas do estado de pureza. E são apenas as grades que nós mesmos construímos e são prisões ao ar livre e são crianças tão tristes e são homens tão corruptíveis. É fácil ser apolítico e mais fácil ainda ser mais um revoltado; É fácil apontar o dedo para os que dobram as mangas e tomam a dor dos outros como a dor sua; Mais fácil é ainda, inventar uma vida que não é sua, usando máscaras com um tapa-olhos a fingir que do seu lado NÃO mora a fome, a solidão nossa.
Morte
Violência
Assalto
Estupro
Declar-AÇÕES
Vazias
Volúveis
Estáticas
Racionais
Declar-AÇÕES
Da mídia
Dos fracos
Dos gastos
Dos amargos
HISTÓRIA, FAVELA, CRIANÇA, QUE, MORRE, À, ESPERA, DE, ALGUMA, SALVAÇÃO. IDOSOS, QUE, NA, FILA, MENDIGAM, INSS. MORAIS, DE, REBANHOS, FALHADAS, CRISTÃOS, DE MENTIRA, CRISTÃOS? O, VERMELHO, QUE, DE, LUTA, BRANCA, ERA, PARA, SER, VIROU, APENAS, RETRATOS, IMPRESSOS, DE, ALGUMA, TANTA, NOSSA, DOR.
As vírgulas só são o espelho dos soluços aqui do coração raso de lágrimas.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cumprindo sentença
Dry Neres


Eu pensei que sabia fazer do amor meu alimento...

Não, não sei!

Minha dieta não tem sido balanceada de acordo com que os 'nutri-romancistas' diriam ser o certo. Sou exagerada, sou tela vazia, numa constante solidão acompanhada... Tudo muda - as vozes mudam, os corpos ganham novas roupagens, as árvores secam, as lágrimas molham...

E eu permaneço, me desfaço... E o meu coração tem casa vazia mesmo cruzando a Ipiranga e a São João, mesmo nos templos que ousam construir para o amor... Templos falsos, de deuses falsos, de gente que não serve pra ser casa, nem pão de cada dia de gente alguma. O amor não é uma construção. É antes, o contrário. É o caos, é a desconstrução, são os poros abertos. Não há língua, linguagem, filósofo ou poeta que dimensione esse animal indomável.

O amor nos dobra os joelhos, nos faz plebeus, nos faz ateus de nós mesmos, nos faz artigo indefinido, pretérito imperfeito, locução sem advérbio...

Eu acho que o amor é o brilho dos olhos nossos. Talvez o amor seja a grande e eterna busca humana. Que não me ouçam as estrelas, que não me ouça o mar, que me ignore as flores... Mas quisera beber em gole largo a tal essência desse fulano amor e ser egoísta... e tê-lo em tudo e em todo rasgado dentro do meu peito que dói agora em exaspero fugaz.

Queria não precisar ter pernas trêmulas, mãos em frio, copos vazios, camisas com o cheiro teu... Queria não querer antes, precisar de você, mas meus olhos fitam em roer de unhas o som que faz o aparelho de receber ligações tuas e temo e tremo e finjo estar tudo bem escrevendo assim comendo vírgulas períodos que conto num relógio imaginário me testando te testando somente pra saber até quando meu coração e meus lábios aguentam res(PIRAR) sem os líquidos teus e vendo o vento soprar no meu rosto o riso teu de quando desenhamos estrelas em paredes de quando desenhamos estrelas nos nossos corpos em dimensão sem amplidão e eu preciso dizer que amo você e resolvo pontuar para dar: ênfase para que alguém credite esses devaneios frenéticos!


Não queria ser assim como folha.