quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pensei que sabia tudo das estrelas...
Dry Neres





Recordei-me instantânea e brevemente das constelações por onde meus sorrisos ecoaram seu nome em silêncio. Acho mesmo que já te amava antes mesmo de sua face conhecer; antes mesmo dos lábios seus conduzirem os meus no mais belo teatro vivo, de gente de verdade, que meu coração pôde contemplar; antes mesmo dos meus dedos passearem tua face numa sincronia cautelosa, simples e mágica.

Nos teus olhos pude aprender que existe poesia na alegria, que os poetas podem tocar o amor, que a solidão que então me acompanhava era pequena e se apagou... Partiu, visto que seu abraço abrange todas as células minhas desse corpo tão pequeno e frágil, desse corpo que tem como iniciais o nome teu, o perfume teu, a foto tua impregnada nos olhos refletidos n’água!

Pensei que sabia tudo das estrelas. Li em alguns livros que elas têm brilho próprio, formato singular, calor quase milenar. Ouvi em algumas músicas que as estrelas são esferas quase nucleares que brindam o amor, que inspiram os amantes, apaixonados.
Mal sabia eu, minha amada, que o brilho das estrelas mora logo no beijo teu. Senti-me uma desconhecedora de palavras e arpejos e notas
e desconhecedora, sobretudo, e sobre-todos, de todas as filosofias que os homens inventam para explicar os desígnios de Deus. Mal sabia eu, minha amada, que o brilho das estrelas iria eu conhecer nos lábios teus.

E cada passear pela tua face me é como desenho de cada estrela dessas. E só deram o nome de Estrela, porque o homem, burro que é, esqueceu-se de perguntar o endereço teu; esqueceu-se de procurar teus dados, nos bancos de dados das coisas mais lindas, tão lindas que o Criador de tudo e dos céus, pintou!

E elas, só brilham e encantam e apaixonam seus apreciadores, porque aprenderam sumariamente com o teu caminhar, como é doce, como é eterna a nostalgia e fascínio do teu jeito assim sublime, quase sem par. Se me deixares somente ouvir teu guizo sorridente numa estrela dessas, e deitar-me, porventura, nas ondas que fazem os cabelos teus, serei eu feliz... Sentir-me-ei logo, quase estrela, quase apaixonada... Mais que amante teu!

2 comentários:

Anderson Meireles disse...

Que coisa mais linda, Dry!
Bancos de dados do Criador...
Com certeza existem e lá devem estar guardados os segredos de como tornar tocáveis coisas intocáveis como estrelas...
Abraço!

Poeta Mauro Rocha disse...

Ola!! Teus comentários me deixam ao mesmo tempo sem graça e lisonjeado, pois minha responsabilidade de escrever aumenta a cada instânte, porém digo que seus textos me deixão às vezes sem palavras e é fonte de inspiração nesse teu mar de palavras...

Bjs

e tenha um ótimo fim de semana.