sexta-feira, 20 de maio de 2011

Qual é a natureza do amor?
Dry Neres






A humanidade tem fechado os olhos para a corrupção, para a crueldade. Tem aplaudido de pé a ignorância dos fanáticos religiosos, que pintam um Deus imoral e injusto. Nojento, para estes, é ser homossexual. Imoral é nutrir uma união que celebra o amor. Petulante é pedir direitos iguais.

Todos os dias, nos noticiários, atrocidades são desnudadas diante de nossas faces, mas continua sendo pauta de pregação ou chamamento ao arrependimento, a igualdade como ato IN-Constitucional. Muito se fala... São retóricas, falácias imorais. O amor virou imoral para eles. Mas os dedos apontados se voltam de forma voraz quando são questionados sobre o abuso financeiro contra os “fiéis”, sobre a pedofilia contra os inocentes.

Só quem é... Sabe a dor e a delícia de assim o ser.  

A dor é ainda hoje, em pleno século vinte e um, ter que saber que tal amor mesmo sendo a coisa mais linda e importante da minha vida deve se enclausurar e se conformar com quatro paredes que nos separam do mundo... Que não nos revelam.

A delícia é que mesmo diante de tanta dificuldade, o meu coração se enche de orgulho do que sou. Não optei por nada. Sou. Há certas escolhas que a vida faz por nós. A felicidade consiste nisso. Mesmo caminhando entre bosques espinhosos e terra escorregadia, cercada por selvagens inescrupulosos, porcos e desumanos coloco-me em estado de paz interior... Porque eles não sabem o que é o amor, nem o que é amar. Eu sempre soube. Do meu jeito. Movida pelo coração. Pautada nas emoções que a poesia de ser “gente” me revela. Sou. Diferente. Diferente não pela condição sexual, mas simplesmente pelo fato de viver... Coisa que mais da metade da população da Terra não sabe, porque se preocupam com mesquinharias e se preocupam, sobretudo, em viver na hipocrisia cega e desmedida de homens que se julgam “de verdade”, mas não passam de uma mentira.

O que eu sinto, verdadeiramente jamais poderia se chamar pecado. Pecado mesmo é pensar que Deus é um tirano.

Qual é a natureza do amor?

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