quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Invisível
Dry Neres




Eu queria compreender muitas coisas... Mas só sinto. Não há diálogo íntimo com o sentir. Sou mulher, sou fera, sou sensível, sou criança, sou artista, sou invisível.

Estou em estado complexo do meu existir. Sou e estou, sobretudo, humana. Preciso de predicados. Mais predicados. Sou demasiadamente curiosa. Os meus dedos são animais indomáveis no ato de escrever. A escrita me consome, o pensamento me devora, me atinge. Sou surrada, pelas idéias certas que partem da incerteza do que sou, do que me faço.Preciso de S-i-g-n-i-f-i-c-a-d-o-s!

Me entrego completamente a este diário que é a essência da vida minha. Me revelo. Estou aqui a me revelar. Eu, este livro de capas alongadas, desenho leve, musical. Eu sou mulher e oscilo. Eu sou humana e erro. Torno a errar e caio. Levanto. Torno a errar e amo. Canso. Me visto.

Sinto-me assim ofegante. Meus olhos são duas fantasias climáticas. Ora chove, ora sol faz. Todavia, têm os estados que ainda não soube determinar. Sou um ser terminantemente inacabado. Acredito nunca estar pronta pra nada. Estou por assim dizer, em constante transfiguração.

Não há diálogo íntimo com o sentir.

2 comentários:

Poeta Mauro Rocha disse...

Já dizia o filósifo: "Tudo que sei é o que nada sei".

Mas eu sei de uma coisa, seus textos estão maravilosamente ótimos.

BJS

Poeta Mauro Rocha disse...

Obrigado pela visita e palavras, mas saiba que lendo teus textos me inspiro a fazer novos textos, gosto do seu estilo.

tenha um ótimo fim de semana

Beijos.