segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Susto
Dry Neres



Sustos talvez sejam como abalos sísmicos em horizontal. O coração parece bater na velocidade da órbita que faz a lua em torno dos pensamentos nossos. A boca seca, com palavras dançando. Os olhos suados, amargados como sal no sangue. E as pernas não conseguiam equilibrar o peso da alma que derretia em pedras de gelo ácido. Eu, que com artérias me debatia... Aprendi que é preciso apertar a tecla 'pause' às vezes. Respira, anda, fala, come, veste, cria. 'Pause'. Decora, embola, escolhe, ama. 'Pause'. Dorme, recolhe, briga, volta. 'Enter'. Os sustos vão embora como chuva escorre pelo corpo. Foi. Estabeleci controle da nave, mas me vi vulnerável demais, exposta demais, nua demais. 'Print Scrn': T u d o é a p r e n d i z a d o!
E ainda te tenho comigo: 'F5'.

2 comentários:

Anderson Meireles disse...

Ciberneticamente romântica e poeticamente consciente,
abraço!

Heduardo Kiesse disse...

texto original - aliás - excelentemente ORIGINAL - são poucas as pessoas que se atrevem a ser originais dessa maneira - ainda bem que tu meu Fascínio consegues e concebes algo tão elevado e criativo!! é diferente, é bonito, é algo que marca uma marca em nós, és tu - no teu melhor!!

fantástica mistura poemática!!

é a prova de que a poesia ainda está viva e pode com tudo!!



beijão pérola, minha! POETIZA.