segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Eu vou onde você estiver
Dry Neres


Eu não sei se sinto espanto ou sorrio. Arde em mim a nobreza de um sentimento que coordena os meus passos. Invade minha razão...

Eu era quase comum - muito segura de mim, um tanto independente... Sabedora de poesia e conhecedora de bons vinhos. Pensava até saber sorrir. Acreditava ter tocado o céu algumas vezes de tanta felicidade. Sincerametne, acreditava que a vida se resumiria a breves palpitações no órgão muscular, - aquele coração vez ou outra -.

Depois que a conheci vivo em taquicardia. As mãos não se contentam em permanecer unidas aos meus braços e insistem em imprimir naquele corpo de país afrodisíaco minhas digitais - dela. Tudo o que eu havia aprendido foi desnecessário. Joguei tudo fora. Abandonei o conhecimento secular, porque dela e somente dela eu precisara alimentar-me. Reinventei uma língua... Com ela é preciso sussurrar. Ela é revestida de sensibilidade e sutileza. É preciso tocar devagar, falar devagar... Olhar mais profundamente. Seria como tocar um livro virgem. Ela é inédita sempre. Um fogo arrebatador de corações... Ela consegue unir todas as melhores coisas do mundo em seu sorriso largo.

Estou a escrever numa situação esmagadora, porque minhas mãos pequenas não conseguem segurar todas as palavras e canções e fotos e beijos e ELA que algo ali no andar de cima derrama em mim. É como um maná dos céus excelsos, de universos infinitos... Ela é infinita em mim! Já que falei das minhas, as mãos dela são transeuntes... Fazem-me derreter. Me estremecem. Ela me lambe com as mãos. Facilmente eu seria seduzida e faria amor somente com os olhos dela - PENETRANTES! Ela tem olhos nas mãos. É conhecedora de cada extremidade mais úmida minha.

São fluídos e mais fluídos de mel que jorram dos meus órgãos, pelo simples fato de pensar nos beijos dela. Eu não conhecia o real significado do beijo. Eu era desconhecedora da felicidade. Do orgasmo. Do clímax. Do cheiro. Os meus sentidos eram literários. E os meus textos não passavam de linhas bem enfeitadas de glacê. Agora sim, sou real. Agora sim, entendo o porquê da poesia me escorrer entre os dedos... Não se aprisiona o amor em linhas, não é mesmo minha princesa?

Eu poderia passar toda a minha vida e mais outra vida e outra, a te observar em silêncio. Poderia adormecer no teu colo e não sentiria fome, nem frio... nem sede, nem outra vontade humana qualquer. Seria-me tão somente necessário morar em você mais uns trezentos, quatrocentos anos. E se me perguntares até onde eu vou por você... Eu arranco minhas roupas, imprimo novas digitais e vou caminhando até algum infinito... Faça chuva ou faça sol... Chore lágrimas de dor ou de alegria... Passe fome ou frio... Eu vou onde você estiver!

3 comentários:

m disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anderson Meireles disse...

Ao terminar de ler, fechei os olhos e o que vi no escuro das minhas pálpebras?
Explosão de fogos coloridos de artifício!
Bravo!!! Viva o amor!
Abraço!

Beatriz Ariza Rossy disse...

especial...