sábado, 13 de junho de 2009

Escrevo hoje,
porque ontem seus lábios
não me deram trégua
Dry Neres




Eu poderia descrever cada detalhe do nosso dia, da nossa noite... Todavia, prendo-me, apego-me ao instante perfeito em que nossos dedos ganharam vestes. Nos casamos sem templo, sem padre, sem vestido. Casamo-nos na avenida lotada de carros, luzes, nós - estávamos. Nossos corpos pairavam acima do céu. Éramos maestrinas do universo. Fizemo-nos amantes no local de fazer paixão. Estávamos num playground - nosso playground. Nos invadimos. Surpreendemo-nos. Nossos corpos se intercalavam entre as nuvens. Nossos dedos brincaram de tocar as almas nossas; brincaram de nos arrancar sensações e líquidos. Mas era mais - transcendental - tínhamos o que é desejável aos namorados - tínhamos o desejo de nos pertencer. De sermos eternos. Estamos eternos!
Eu gostaria de poder descrever o som do beijo. O som acústico do meu coração que se afogava em sentimentos dos quais não nos era permitido descrever. Nossos olhos transbordavam afagos, desejos, cuidados. Estou numa espécie de ressaca amável, amada. Casamo-nos na avenida lotada. Tem sido dia dos namorados desde que te conheci. Antes mesmo de você sequer cogitar qualquer possibilidade de unir suas mãos às minhas - já era dia dos namorados pra mim. Silenciei-me então. Hoje grito, escrevo, brinco - Vai sempre ser dia dos namorados, enquanto você permanecer comigo. Enquanto os ventos me permitirem a dádiva de cultivar o amor - de regá-lo. Vai sempre ser carnaval, ou novembro, ou 12, ou São João - Vai sempre ser amor!

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