domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poematografa-me...
Dry Neres





Fotografei o nosso dia. Poeticamente pensei nos janeiros, fevereiros, outonos, aniversários, sorrisos, alianças que estampam nossos álbuns pessoais. Percebi tão claramente que nenhum outro caminho que meu coração ousasse seguir, me conduziria ao que construímos hoje - um poematório de amor.

Repousei meus pensamentos na primeira imagem que tive de ti, antes mesmo de tê-la formada no realismo palpável, ao ouvir de bocas outras, o teu nome sílaba por sílaba. Ali, inevitavelmente eu já estava apaixonada, apaixonando-me pelos relatos que me eram contados, de um amor, de outro estado que parecia um mapa da mina que eu precisara decifrar. E unindo cacos e retratos alcancei a sua imagem numa dessas páginas de pesquisar. Foi quando apaixonei-me pela segunda vez. A terceira paixão me veio pelos fios telefônicos, tempos muitos depois, quando num doce susto percebi a intensidade da tua fala em mim.

O amor me bateu às portas quando sem arma, nem escudo eu me encontrava, ali submersa e submissa ao encanto teu. Foi uma sequência de 'apaixonamentos', até que descobri que o que eu sentia era a reunião absoluta de tudo que eu queria, numa intensidade muito mais fugaz que as infinitas ondas do mar.  

E quando por arte ou situação inexplicável do destino, fomos postas no mesmo caminho, chorando alguns desencontros da vida, que serviram para nos encontrar. Fomos livro de cabeceira uma d'outra; literatura viva e conto de fadas, com direito hoje, enfim, de "final" (leia-se eterno começo) feliz e calendário pra 'poematografar'.  

Um comentário:

Anderson Meireles disse...

O blog está lindo.
E os textos, como sempre, profundos e poderosos!
Abraço!