domingo, 3 de janeiro de 2010


Inenarrável
Dry Neres





Há em seus olhos toda a verdade e paixão que há vidas e meios meu corpo veloz procurava entre as ninfas e poetisas. És maior e mais que qualquer descrição musical. Meu corpo vestiu-se de carinho, cuidado, verdade, ao tentar dizer dos nossos dias, das nossas vidas, dos seus olhos que sempre desajeitadamente tento descrever.  Questionei-me acerca dos porquês de tanta afinidade infinita e descobri o que seus lábios já me exalavam - Inenarrável este amor!

Somos cúmplices de uma história que já tivera início antes mesmo de nossa percepção. Estávamos prometidas já n'alguma esfera ou cosmos ou século. Talvez já fostes senhora feudal e eu vassala a servir-te em amor e pecado. Talvez já me fósseis como o interminável brilho das estrelas e eu geográfica ou cientista. Sei que nosso encontro é anterior ao nosso próprio ato de existir em terra firme. 

Que teoria elaborar acerca do toque das suas mãos em meu corpo de nudez tão sua? Como descrever os sentimentos da minha alma ao receber o cuidado dos teus dedos e líquidos? Como rimar a dança dos teus negros cabelos em meus seios, ombros, risos? 

 Delicio-me com a literatura que emana dos seus lábios. Encanto-me com a sua desenvoltura ao dizer dos sentimentos teus tão doces meus, de nós. É certo que esse amor tem sido a água e o alimento dos nossos dias e beijos. É o calor dos teus braços que tem sido o repouso do meu sono. 

Amor... Inenarrável. És predicado e verbo e vírgula. Prefixo, cores, infinitos. Hipérbole, metáfora. Meus sentidos literais e aguçados. Léxicos, sinônimo, verdade.

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