quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Coração Casmurro
Dry Neres



Entreolharam-se percebendo a frieza de um momento. Um doce frio quente de amor estonteante e trágico.  Não era Romeu, nem Julieta. A sua dança era poeticamente desesperadora.Uma sensação de peso nas mãos sobrepostas ao mundo. Uma sensação repentina de desligamento carnal. Os olhos pesaram acima de um fantasma que retornara ao cenário da vida real.A vida real era somente um quadro palpável brevemente com o estalar dos dedos que se confundiam com vidas passadas. E no meu coração Casmurro, só haviam paisagens que gostariam de ser ensaiadas algum dia desses, juntamente com a utopia incessante de caminhar em alguma Avenida Paulista sem culpas e sem pesos. As armaduras despedaçaram-se com a presença da consciência.

O que ainda tem de bom é o que eu sinto por você, que nunca muda.

Um comentário:

Marla Freire disse...

A maioria dos textos é você que escreve?