sexta-feira, 9 de julho de 2010

Na imensidão
Dry Neres



Não sei exatamente o por quê, mas estou assim, um tanto quanto mais apaixonada por você. É que não me sai dos pensamentos a imensidão do teu sorriso. É que ainda hoje faço questão de beliscar os olhos na tentativa feliz de provar pra mim mesma que você faz de mim a criatura mais feliz da face desse mundo.

Dia desses, quis ser a protagonista da Felicidade Clandestina que a Lispector desenhou - leio você lentamente, passo-a-passo, linha-a-linha, metro-a-metro. Leio vagarosamente. Deixo de ler por alguns instantes para que quando eu retornar, eu possa sentir o coração apertar como se fosse a primeira vez. Carrego-te assim, aos braços como o amante carrega na face a alegria indescritível de não ser só no mundo. Às vezes finjo te perder, para que o desespero me tome, a fim de que quando eu me perceber na realidade de ter-te assim minuto-a-minuto, eu possa dar valor a cada sorriso teu que me invada, me domine, me enlouqueça.

Desta vez, escrevo-te com lágrimas na face, pois é impossível controlar a emoção de amar-te e novamente saber que se só houvesse eu e você no mundo - duas Evas - seríamos também felizes imensamente, pois bastamo-nos.  

A minha poesia está demasiadamente aflita, agora neste espaço de horas, porque a minha vontade é escrever até não sentir mais as mãos, a fim de ditar as palavras que se derramam agora, desvairadamente, em meu coração. Você é literalmente um anjo. Uma criança em corpo - ...E que corpo! - de mulher... É minha bonequinha, a minha estrela, o próprio ar que eu respiro. Já não sou eu então! Trans-mu-tar-te-me assim, em sua alma que é gêmea minha. E em nossos lençóis, uma silhueta só dorme - tal como adormecemo-nos no seio uma d'outra.

O teu sorriso... a minhaimensidão! O teu sorriso estampado em mim! Aprendi o que era sorrir, quando os teus olhos vi de perto naquela noite fria de algum ano desses da nossa existência pré-mortal talvez. .
- Que seja infinito - é o que rogo aos deuses que puderem me ouvir... Que o teu sorriso seja sempre o motor e a razão da  minha poesia e assim, do meu próprio viver

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