segunda-feira, 17 de maio de 2010

Surram-me as palavras. Elas realizam uma espécie de balé rítmico em mim. Emitem sons de risos desesperados. O objeto enfim vence o poeta. Suam as mãos em alguns trezentos Celsius. As pálpebras quentes como quem deseja abraçar a amada com os olhos; prendê-la, sugá-la. Os movimentos não se coordenam, porque subordinados são a ti. 

A pele em veludo e nudez, nas suas silhuetas de pecado, perdição e prazer. A boca que beija o veludo interior; e os lábios comprimem a pequena pérola de grande valor. As mãos esmagam as curvas que não têm fim; os olhos exclamam - Vem, fica, mora.

O relevo dos teus beijos emudece, molha... queima, impele a pele a querer mais de ti. Os pés tocam-se como quem fala: - Não é permitido que fique um centímetro teu sem o toque do meu desejo! Os pulsos ardem; e mais Celsius invandem-me. A garganta queima com a vontade das palavras que são ditas no inaudível de um... sorriso na hora do amor! 

Na constelação do nosso céu particular, literalmente vejo estrelas. Minha mente desfila nas pinturas que molduram o meu corpo em chamas e em líquidos.

O que você representa em minha vida, não cabe e nem caberia, como eu já disse várias vezes, em nenhuma descrição humana. É indiscutível o nosso enlace. Guardas nas mãos, bem abertas, toda a minha felicidade; ser feliz é ser livre para voar os quatro, cinco, sete cantos do universo e ainda assim, querer estar eternamente preso a um único pólo; a um único mundo. A minha felicidade resume-se fielmente nos minutos-horas ao teu lado. E se ainda assim, for pouco... perco-me para te encontrar. Encontro-me para te aquecer. Brinco de tocar o que as mãos ainda não alcançam; porque as suas mãos apontam-me a direção segura para prosseguir. Com você não há medo. Com você há sorriso no escuro e coragem no abismo.

Lindo mesmo é ver você sorrir, minha criança!

Um comentário:

*** Cris *** disse...

Olá moça, td bem?
Saudades de vir aqui e ver que continua escrevendo muito bem.
Bjs!