domingo, 30 de outubro de 2011

 Côncava e imprecisa
 Dry Neres


As palavras se aninham aqui ou acolá, em alguma vontade astronomicamente grande em fazer-te confissões, juramentos, promessas. Nosso enlace caminha, apressadamente, ensejando abraçar os trinta e seis meses de brilho nos olhos, lábios corados do vermelho amor, olfato aguçado ao sentir teu perfume. Ansiosa estou, porque dentre os meus planos diários ao teu lado, essa data me trará a realização de um em especial. 
Ainda preciso moldar muito o que sou para acompanhar a tua doçura. Ainda preciso ter os olhos mais ingênuos, as mãos e os lábios mais puros, a fim de alcançar os ares da sua divindade. De côncava e imprecisa que sou, não sei como o teu amor me abraça. Preciso incessantemente purificar os meus atos, abraços... Talvez eu, ainda hoje, não mereça a profundidade da sua devoção.   
Preciso dizer que te amo, assim em quase poema, porque há tempos não o tenho revelado. E há nesse ato pecado imperdoável. Não viso remendar o que não foi dito. Mas aceita de coração, as verdades dessa desajeitada com o amor. Aceita, porque eu te quero incondicionalmente. Aceita, porque ainda hoje, estou no aprendizado do que é amar verdadeiramente e ter um diamante para dar, cotidianamente, bom dia.  Amo-te, minha criança.