sexta-feira, 16 de março de 2012

Não desejo ser lida. Preciso antes desaguar esse mar de convulsões exasperadas que me tomam o nó na garganta. Fecho os olhos, faço um pedido. Abro os olhos, desisto. Não posso fazer só um, quando na verdade o canal responsável pela emissão de sentimentos me grita mais urgências. Eu queria abraçar você agora. Deitar no teu colo e dizer: - "Tá tudo bem" - . A questão é que o medo de te perder, às vezes me impede de tocar sua face maternal. Eu queria te dizer que tudo isso não passa de um pesadelo bobo, de uma história mal contada, de uma brincadeira de mal gosto. Eu queria poder arrancar tuas células que insistem em inundar desordenadamente teu organismo. Quisera ter o poder de piscar e sanar tua dor física e mental. Quisera eu não chorar agora... Eu estou tentando ser forte, eu juro. Mas, volta e meia, mãe, eu sinto um aperto nas veias e órgãos e é como se as minhas células também estivessem morrendo. Fácil entender - A sua dor é a minha dor -. As palavras, minhas aliadas, se fazerm neste exato momento minhas maiores inimigas. Travamos um confronto entre o que eu sinto e o que posso dizer. Eu te amo, mãe. Fica logo boa, fica?