terça-feira, 19 de julho de 2011

Sabe por que é tão forte?
Dry Neres





Já teve inúmeros erros. Tantos quantos nem valem dizer porque não lhe cabem nos bolsos. As suas mãos já tocaram poesias que desagradaram seu coração. Os ombros às vezes parecem arqueados em trezentos e sessenta graus de introspecção armada em pesar. Alguns dias, que não se apagam do seu calendário fazem transbordar o raso dos olhos. Ela queria ter o controle para editar cenas do seu filme. Mas, ninguém tem. Dias turvos. O inferno na ponta do cansaço. Ela sabe que todo ser humano é movido pela vaidade das horas que pensa dominar. Já teve inúmeros erros e quem não os teve atire-se primeiro do precipício.
Pensou nunca encontrar a leveza do amor. Fingia lançar-se aos braços dos enamorados. Fingia. Sabia que o amor nunca havia tocado verdadeiramente sua face. Enfeitava os dedos e o corpo todo, em goles longos de uma fantasia desmedida. Descobria-se ainda. Ensaiava os primeiros passos no seu mundo. Desprendia-se dos dogmas e razões vãs. Era só uma menina e seu diário de bordo naufragado naquilo que ela pensara ser a única verdade e vertente e razão. Jamais pensava. Tinha comichão na ponta da língua, em forma de atos desesperados shakespearianos.  
Quando entregou os pontos e parou de pensar em si mesma, descobriu a devoção a outrem, o que a mudou absurdamente. Escolhia sempre o dois ao invés do um. Praticava incessantemente o junto, ao invés da vaidade insana de buscar o status. Entendeu que o amor espera do amante a verdade, a simplicidade e a singeleza de atos recém-nascidos. O amor a fez melhor, sem dúvida alguma. O amor mandou-lhe uma mensageira que antes de lhe passar qualquer instrução, colocou-a na redoma dos cuidados, na redoma do seu coração. Fez mais ainda: provou que tudo o que é verdadeiro permanece, que tudo que é puro inspira.
E hoje eu digo... Minha inspiração é você, sempre!

sexta-feira, 15 de julho de 2011


PESSIMISMO OU SANIDADE?
Dry Neres



Educação no nosso país só é prioridade quando a palavra é proferida pela boca dos hipócritas em período eleitoral. O professor é animalizado e visto como burro de carga capaz de carregar uma herança genética doente desde tempos imemoriais. Na esfera pública usamos ornamentos circenses, porque infelizmente somos presos pela importância que damos ao nosso amor incondicional em formar caráter e regar sonhos, enquanto os “detentores do poder supremo monetário” se limitam a nos chamar de “grevistas insanos”. Na esfera particular, somos apenas mercadoria que o cliente escolhe na prateleira. Somos apenas algarismos engravatados, bem ensaiados a sorrir para o nosso próprio açoite. O proprietário é um vassalo e você... é a massinha de modelar subjugada.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Você
Dry Neres




Onde começa a minha vida e termina a sua? Qual é a parte da cama que lhe cabe? Qual é a tua xícara? Quais os nortes do teu corpo que ainda não conheço?
Questionamentos vãos de romances de primavera... Não temos limitações físicas, tampouco emocionais que nos permitam dividir algo em nós, dividir nossas vidas. Fico a pensar no fio temporal que te trouxe para mim, numa junção exponencial do que eu esperava há tempos.
Os nossos pensamentos em perfeita harmonia desencadeiam em mim a plenitude da mais nítida exatidão do nosso enlace à moda antiga.  Meus olhos contemplam a certeza de que não há eu sem você ou você sem mim.
Eu amo cada instante da complexidade que é compreender teu universo particular. Eu amo a sua ascendência em leão com a ansiedade em peixes. Faria se me pedisse um horóscopo só seu inspirado em todos os sóis e astros outros, que me trouxeram você.

Sou inteiramente tua, tal como sinto sua totalidade em mim. Amo o cuidado com que regas nosso romance. Farei o impossível para sempre ser digna da bênção que é ter você na minha vida.