segunda-feira, 28 de março de 2011

Humanandróide
Dry Neres




Um homem, em algum lugar desse planeta desenvolveu técnicas e estudos capazes de recriar o amor seu que em meio ao mar teve sua vida sugada pelas mesmas ondas que um dia levaram-na até ele. Ela, ainda não sabe - mas não poderia nesta Terra haver representação de paixão mais intrigante. Lançou mão da razão e curvou sua face à fé no amor. Não se sabe ao certo, como ele fará para que o coração, que nela não há, tenha encanto nas mãos que deram a ela o piscar dos olhos. É desconhecida a origem do medo humano de não saber lidar com a ausência. Tal desconhecimento propicia o olhar poético, dos movimentos arquétipos e projetados de um ser, que embora não tenha lágrimas para expressar seu choro, curva-se diante do poder da arte que é amar. 

Se fosse necessário, por você eu faria o mesmo...






 - Dois anos e quatro meses...

terça-feira, 22 de março de 2011

Hoje
Dry Neres




Hoje qualquer canção de amor, me lembrava o teu sorriso. Hoje, a paixão que tenho exalou mais poeticamente. Vi-me diante da contemplação do primeiro amor, quando em calafrios e devaneios pensava nas noites que o amor me concedeu. A tua delicadeza invadiu meus fios da saudade, e ainda que de olhos bem abertos, os meus pensamentos  traziam você bem perto de mim. A tua voz invadia minha pele, tal como quando as tuas mãos conduzem meu corpo ao paraíso. Agradeci então, finalmente, por cada eternidade que o nosso enlace nos proporciona. Você consegue ser a metade da laranja, dispensando os clichês. Você consegue o que ninguém jamais alcançou em mim - a plenitude. Hoje e sempre quero você comigo, minha criança.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Alma-Gêmea
Dry Neres




O que eu tenho aqui no peito é o maior amor do mundo inteiro: incondicional, invencível, incomum. Quando no ventre ainda estavas, eu já a contemplava nos fios longos da minha imaginação infalível. Eu já havia te doado todos os meus sorrisos e abraços envoltos de um ciúme comum de quem está prestes a perder o "trono".

Impossível é olhar pra você, sem se encantar. Impossível é ver você sorrir e não ter vontade de correr descalça no planeta pintando uma ou três aquarelas. Dificílimo é não se espantar com a sua beleza ímpar. 

Eu queria conseguir ser pra você, somente uma porcentagem mínima do que você é pra mim - assim, você saberia facilmente o quanto é imenso o que carrego aqui no peito por tua doçura, pequena.

Eu sou loucamente apaixonada por você, irmã minha. Perdidamente encantada com a tua alma doce. O aniversário é teu, mas eu já fiz meu pedido aqui para as estrelas - pra que a maturidade e a razão nunca nos roubem a pérola mais preciosa que carregamos juntas -  a amizade.

Te amo, lindeza!

À Carol Neres, irmã-alma-gêmea minha.

terça-feira, 8 de março de 2011

Indizível
Dry Neres



A minha ousadia literária desafia as limitações do indizível, porque tenho aqui no peito um amor maior que o mundo e que precisa ser estampado na face dos meus dedos velozes no ato de escrever.

Configurei-me para recebê-la. E confesso ter pensado estar preparada para amar. Obviamente se pensa, quando se abre as portas do teu coração, estampa um sorriso na boca e perfuma a alma para receber um ser que não pertence a tua carne, mas que se pretende levar consigo para o resto de sua existência. 

Confesso agora talvez lúcida que não há preparação alguma para o amor. Ele vem quando a alma descansa, quando o sorriso se guarda; ele vem, quando os teus olhos parecem não mais enxergar; ele chega, quando os teus cabelos estão despenteados e seus pés usam meias na tentativa de fazer calor numa gripe existencial.

Quando soube que estava te amando, percebi-me tão crua e nua da vida, que precisei enriquecer minha alma, meu corpo, meus dias, minha fé. Todavia, já estava contigo, talvez não em matéria física, mas com certeza numa esfera pensamental muito mais avançada. O que me levou hoje mesmo à conclusão de que isso também não me garantia uma "preparação" para viver o que antes só era ensaio.

Nesses dois anos e três meses, desvencilhei-me das preparações e montagens. O que tenho com você hoje é uma eternidade que não pode ser gasta com coisas fúteis. É a eternidade mais doce que meus lábios e olhos e coração já saborearam. Se eu me desse o desprazer de pensar em enfeitar minha alma para o seu coração, já estaria perdendo a fase mais intrigante e gostosa, que é ser humana e deixar-me ser assim aos teus olhos.

Aprendi, sobretudo, que o amor ainda vai muito além do que penso saber. E só descobri tudo isso, por meio da imensidão dos seus olhos que me dizem incessantemente que ainda há mais para sorrir junto contigo.  

Considero-me uma estagiária desmistificando suas teses em campo de amar, com a identificação estampada no peito da única certeza que tem na alma: "Eu te amo"!