terça-feira, 23 de março de 2010


Os movimentos em fome e em verso
Dry Neres



Apaixonamo-nos ali mesmo, entre edredons. Você amanheceu em mim. O amor tem se renovado em nós a cada hora. Nossos olhos queimando-se em brilho-paixão.  Aquele não era um domingo comum: renovou-se em mim um desejo descomunal. O seu corpo implorava por meus cuidados. A sua face quente em ponto de exclamação fazia estremecer todos os órgãos e pernas, quando o calor dos meus lábios adentrava na calmaria furiosa do teu prazer. 

Ardiam em mim, gritos de contemplação. Eu compartilhava naquele exato instante do teu delírio. Meus olhos não podiam ficar abertos. Eu os apertava na mesma intensidade em que programava os meus lábios naquela concentração artística, da escultura em relevo de um amor que ainda não contaram em livros.

Uma cena indescritivelmente bela! Mãos que procuravam mapear um universo particular em forma de corpo-escultura. Mãos que te seguem sempre, em silêncio. Mãos que abrigam dedos famintos à espera certa da poesia do outro. O cheiro. Impregnado. Artisticamente transformado: Em poros, líquidos – manjares de todos os deuses – és inigualável – paixão.

A dança dos lábios velozes. Os movimentos em fome e em verso. O verso do outro na palma da mão e da língua. As linhas – molhadas. As minhas impressões nas tuas – digitais. As unhas arranhando e arranhadas costas nuas que mais representam o cais, céu, ou qualquer outra figura divinal. Os negros cabelos que se misturavam com os meus quase vermelhos da cor ainda não escrita, pintada. De uma língua não falada. Diante do amor tudo se cala, e eis a primeira visão: vi duas deusas em nuvem de firmamento aromatizado, em observância às estrelas do teu céu particular. E se amavam. Brincavam de felicidade. E era real. Tal como a cor do vento que se inflamava, com a fogueira doce da paixão.


E por você, eu juro... Faço tudo - Movo o mundo!
 

sexta-feira, 19 de março de 2010

E todos foram pontes...
Dry Neres




Ausentei-me em palavra escrita, todavia nunca amei-te como amo nesse exato instante. Meus olhos bobos e vermelhos me tomaram os juízos porque tudo o que guardo nos cílios e versos são os teus sorrisos. 

O nosso amor saiu da adolescência. Entrou no módulo adulto e maduro na mais perfeição que há, porque somos uma d'outra e não há questionamento ou razão que façam nossas mãos se separarem.

Eu te amo com a ganância dos que desejam conhecer o mundo. Eu amo porque agora sim, sei como é bom dividir o edredon, ou cozinhar junto. O marco do descobrimento deveria ter sua data alterada de 1500 para 2008 (quando nos conhecemos). Depois de você, não há lábio, beijo ou língua que pudesse me causar os tremores e arrepios e quenturas no coração. Depois das aulas de amor que tive com você, me pós-graduei: sou mais humana, então!

Vi-te crescer - posso dizer sem medo! Amo intensamente quando meu corpo ganha moldura em seu colo e quando seus cabelos negros acompanham a melodia da minha voz. É incrivelmente lindo acordar e ter ao meu lado a mulher que sempre sonhei em ter. É mágico cada anoitecer em que repousas sobre meus seios e adormeces como criança, minha criança. 

Eu amo rir dos seus risos e das suas caretas e das suas danças nada convencionais. Eu não sei mais respirar sem você. O ar que ventila em mim tem o cheiro do teu perfume. Os meus dedos, estão cercados das alianças que construímos nesta vida de um ano de quatro meses (quase).

Eu queria que você soubesse que tudo o que vivi antes de você, somente foi ponte para que eu te encontrasse. E todas essas pontes me trouxeram você no melhor momento - no momento exato. E quando meus olhos se cruzaram com os seus e até antes disso, eu já sabia que era amor. Porque só se ama dessa forma, uma vez na vida. E quando se ama assim, ama-se eternamente. Traduzindo: sou tua eterna, óh minha divindade!