segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Continuar Calados?
Por: Carol Neres (Irmã minha *__*)



A voz da razão é o grito da justiça. Qual o nosso valor? Simplesmente não sabemos! Valores são incertos! Prefeito ganha doze mil reais para pintar a cidade de verde. Até o bolso dele tá verde, ora essa! Enquanto os professores que ensinam e ajudam pessoas a serem o futuro do país, nada mais ganham do que dois mil. Verde da esperança? (Haha) Ou do dinheiro roubado no bolso do prefeito? Ladrões seguem o exemplo do prefeito - Roubam! Policiais influenciados por ladrões. E os trabalhadores? - apenas calados no meio de tanta corrupção. Nossas vozes não são mais ouvidas!
Sonhos destruídos! Sem recursos andamos e seguimos desamparados. Escola... Devia ser o lugar onde buscamos recursos para uma cidade melhor. Por um lado esse é o lugar... Mas por outro, os próprios bandidos frequentam a escola... (Sim, o prefeito veio aqui!) Ah, de máscaras é claro! Tantas promessas, muros pintados. O poder verde prevalece em Cidade Ocidental. Só quem sabe é quem mora! O verde esconde nossos valores e cala nossas vozes. Mentiras transformam-se em verdades. Que mundinho hein?!
Um dia seremos ouvidos, mas esse dia não chegará enquanto continuarmos calados... Deixando o "verde" prevalecer. E a esperança é apenas ilusão espalhada por toda a cidade... Mas nunca morta em nossos corações!


(Relato de uma menina de treze anos que enxerga com os olhos que o coração nos dá... Que ao invés de se preocupar com a cor do esmalte que vai usar, devota seu tempo e pensamento buscando soluções para sanar os problemas de uma sociedade já sedenta de cuidados. Ela, a menina, cansou de ser parasita... Quer ser quase enfermeira para cuidar desse povo quase cego com esse "verde" ou o "azul" ou o "vermelho" político que pintam ruas, calam vozes, matam famílias, levam a extinção a vida. - Carol Neres - Que segue os meus passos poéticos! - Meu orgulho!)



Nota de rodapé: Verde - a cor de slogan do prefeito de Cidade Ocidental - GO

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O sorriso meu de cada dia
Dry Neres



Um estudo apurado acerca do amor em mim - A influência do amor é fatal na palheta dos pintores, na alma dos poetas, no riso ao nascer da aurora. O amor é o encantamento do cais. É o desenho multiforme das ilhas. Ele, só ele, tem o poder de abrandar os gestos duros e transformá-los em doces beijos, em calorosos abraços.

Talvez ele o procure pela manhã, como um milhafre esfomeado implorando-lhe seus carinhos, os seus cuidados. Quem foi que disse que o amor não nos bate às portas? Vês?

Havia em mim uma espécie de muro chumbado, algumas armaduras e alguns soldados. Ouvi um sussurro num dia desses de manhã ensolarada e aquela melodia invadiu-me de tal forma, que não restou nenhuma armadura ou soldado, ou muro que conseguisse deter a força daquele amor que me tomava.

Uma mistura de cores vestiu o meu globo ocular. Vês? Reconstrui a minha crença na eternidade do amor. Estava viva novamente. Na verdade, seguramente eu acabara de nascer. E como uma criança humilde e curiosa, eu me deixei ensaiar os primeiros passos. Desde então venho descobrindo o perfume da flor, o sabor da flor. E aquele sorriso moreno de cabelos longos encaracolados ou lisos, presos ou soltos... Ela é assim - Uma poesia transeunte externada em corpo de mulher. E o meu coração fica assim feito bobo... Até parece que eu amo. Vês? Amo sim!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Um sujeito simples - O Amor
Dry Neres



Somos o templo uma d'Youtra. A melodia que há em nós passa longe do conhecimento teórico dos grandes músicos. O nosso amor é um sujeito simples e dispensa predicados. Amamo-nos e o nosso sorriso mora nessa conjugação. Estamos cercadas das literaturas românticas - e a prova disso é que por vezes fazemos amor ao passo que lemos um trecho de Anäis e adormecemos nos braços uma D'outra. As palavras nos cercam e nos unem de uma forma indescritível. Construímos um país onde as calçadas são de poesia e dos nossos álbuns se fazem os papéis de paredes.

Os meus olhos completamente apaixonados pelos seus jeitos... As minhas mãos que te procuram em silêncio e encontram líquidos, flor, seios. Os seus lábios poéticos me arrancam tremores, cores. As nossas pernas entrelaçadas. Os nossos cabelos claros e escuros misturados no mar que nos fizemos. Você é o meu abRigo. Você é a minha arte e meu sentido. Você me traz a calma. O mundo pode tentar me desabar que você tem o poder de construir.

Um dia, eu prometo... Ainda te escrevo um livro, com o título dos nossos dias e a foto tua estampada na capa. Dedico-te nem que seja umas quarenta páginas. Faço um diário e um álbum nosso. Seria um anexo, uma extensão nossa. Talvez eu já tenha aqui comigo algum dois livros prontos para te ver sorrir.

O nosso amor é um sujeito assim simples... Ajeita-se num abraço em dia frio. Alimenta-se de beijos. Caminha de mãos dadas. Viaja pensando em você. Dizer da felicidade ainda é pouco para nomear nossos minutos. Falar em céu é pouco para dizer da paz que você me traz.

Não vês que estamos a viver um conto de fadas, aMor?

sábado, 10 de outubro de 2009

Era pra ser uma canção
Dry Neres




Às vezes a gente pensa mesmo é se tudo está valendo a pena. E a gente se questiona sobre nossa passagem aqui nessa Terra. Onde tenho foco? Onde a minha literatura tem o poder me levar? E de me resgatar? Eu já não sei se tenho carne e ossos e alma. Talvez eu seja somente mais um manequim com o sonho de ser gente. As cores de um cenário ofuscado se apresentam cada vez mais perto de mim. E eu temo o fim de tudo - O meu fim. Tenho sonhos de porcelana que facilmente caem e quebram sempre que me levanto. Criei um personagem que é difícil de alimentar. O meu caráter, já um tanto sem nome, pele, sentidos. O meu caráter já...

Impérios de papel. Montanhas de poesia. E mares de nadas. Vazios. Descontentamento. Sempre que lia nas literaturas as vidas dessas gentes desconexas, sentia pena delas. E agora, tenho pena de mim? São sensações alcoólicas. É só uma saudade que não passa. São só caminhos que se formaram de acordo com minhas escolhas cegas. O meu país foi derrotado por um exército invisível, de inimigos invisíveis que eu mesma criei. O meu país já...


Uma multidão de seres se forma em mim. Verdade e invenção se misturam ininterruptamente. Meus olhos não reconhecem se é dia ou noite. Frio ou fogo. Tudo tanto faz. Tudo a tanto já não vai bem. Eu preciso abandonar os palcos - Os textos. Eu quero quebrar os óculos porque de nada têm me servido diante de olhos cansados de não enxergar o que já me é tão claro. Os meus olhos dormem, porque já têm vergonha de mim. Os meus olhos já...


Eu já pensei tanto em mudar de cidade. Viajar uns três mil quilômetros procurando um cantinho para descansar os meus ombros. Eu sei que a solução está aí. Eu preciso tanto me livrar de mim. Já pensei em queimar os diários. E de que me adianta? Essas letras infinitas já aprenderam a me seguir fora dos papéis. Irrigam minha corrente sanguínea e... Eu preciso tanto me livrar de mim. Eu já...