terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Flores
Dry Neres





Hoje pensei em escrever qualquer coisa assim, de giz...
Hoje, me lembrei de você!
Me lembrei de mim...
Do rosto meu, assim, no travesseiro.
Eu que já perdi de tudo nessa vida, não imagina nunca que o vento me roubasse...
Uma filha, uma irmã, uma mãe, uma amiga, tudo junto.
O vento levou você pra longe.
Mas eu te sinto tão perto!
Como pode ora, haver sentimento tão nobre assim?
Não sou tão boa longe de você.
Diz que volta um dia, diz que volta breve, diz que não vai me esquecer!
Meu coração se enche como mar denso e salgado em lágrimas de saudade...
Em lágrimas do abraço nosso, em códigos das falas silenciosas nossas.
De tudo... Me diz, sussurra: Simply Undeniable!
Because we are best friends, right, right, right???
Que os ventos te soprem meus cuidados.

Pra você Nany, amiga de longas datas. Me traz flores Holandesas! :) Te amo!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Meus predicados
Dry Neres
=--=--=--=--=--=--=--=--=>>v.o.c-ê.u.<<=--=--=--=--=--=--=--=--=n.ó.s=--=--=--=--=--=--=--=
T.a.l.v.e.z h.o.j.e s.e.j.a s.ó n.o.s.t.a.l.g.i.a Q.u.e.m s.a.b.e s.a.u.d.a.d.e d.o c.a.l.o.r d.o t.e.u c.o.r.p.o T.a.l.v.e.z m.e.m.ó.r.i.a.s d.e C.a.s.m.u.r.r.o q.u.e i.n.s.i.s.t.i.r.a.m e.m a.p.a.r.e.c.e.r c.o.m r.o.s.a.s i.n.d.e.s.e.j.á.v.e.i.s e.m m.i.n.h.a j.a.n.e.l.a N.ã.o e.s.t.o.u t.r.i.s.t.e m.a.s é q.u.e à.s v.e.z.e.s é p.r.e.c.i.s.o f.i.n.g.i.r q.u.e s.e e.s.t.á T.e.n.h.o s.a.u.d.a.d.e d.o.s a.m.i.g.o.s p.r.o.s.a.i.c.o.s e d.o.s b.a.r.e.s e d.a.s r.á.d.i.o.s e d.o.s l.i.v.r.o.s e.s.p.a.l.m.a.d.o.s T.e.n.h.o s.a.u.d.a.d.e s.i.n.g.u.l.a.r d.o q.u.e e.u n.o.m.e.a.v.a c.o.m.o z.u.n.i.d.o.s d.e t.e.r.m.i.n.a.ç.õ.e.s e.m "i" À.s v.e.z.e.s p.e.n.s.o s.e.r e.u a.n.i.m.a.l E.m o.u.t.r.a.s. t.e.n.h.o a.b.s.u.r.d.a c.e.r.t.e.z.a E.s.s.e c.o.r.a.ç.ã.o m.e.u é q.u.a.s.e v.e.r.m.e.l.h.o q.u.a.s.e g.r.a.n.d.e q.u.a.s.e p.o.e.t.a E.s.s.e c.o.r.p.o é q.u.a.s.e c.o.r.d.a f.i.r.m.e M.a.s b.a.l.a.n.ç.a r.o.d.o.p.i.a b.r.i.n.c.a A.h a.g.r.a.d.e.ç.o a.o.s c.é.u.s p.o.r f.a.z.e.r d.e vo.c.ê m.eu. b.e.m q.u.e.r.e.r V.o.c.ê é t.o.d.a m.i.n.h.a s.o.r.t.e V.o.c.ê é j.e.i.t.o i.n.t.e.n.s.o d.e s.e.r q.u.e e.u q.u.e.r.o g.u.a.r.d.a.r. S.e.u s.o.r.r.i.s.o m.e a.l.i.v.i.a m.e a.c.a.l.m.a V.o.c.ê m.e f.a.z t.ã.o b.e.m C.o.m.o p.o.d.e?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dois mil e oito pensamentos do meu fascínio
Dry Neres



Ah, como foi bom esse dois mil e oito. Para mim foi fonte de inspiração até nos momentos em que eu via meu coração sangrar como flor despetalada. Nesse dois mil e oito aprendi a fazer morar no papel meus pensamentos de devanear. Conheci pessoas incríveis, descobri a verdadeira face de algumas outras. Fui fonte de contradições e sorrisos. Dancei... Dancei como bailarina na pista de sonhos. Fui atriz no meu palco de cor e dor. Soube distrair-me com as borboletas e com canções que embalavam meu ato de escrever e inventar. Chorei, chorei bastante. Talvez nunca tenha gastado tanto com lenços humanos. Amei... Amei como nunca, como louca em desvairil. Ainda carrego aqui um pedaço teu. Não tenho mais pedaço meu em ti. Agora é perceptível esse olho teu aqui em mim, com ares de sorriso de criança em mulher, com arpejos de cintilância febril. Ah, esse dois mil e oito de violões e circos... De gritos e silêncios... De virtualidades desvirtuais... Onde museus, e cavernas, e lâmpadas, e carros, e sonos, e fantasmas, e você... Moraram, ficaram, demoraram em mim indiscutivelmente.

Me despeço desse dois e mil e oito, com a certeza de que tudo que sou, de que tudo que me faço... É cada vez mais real, mais intenso, mais vermelho, mais você, com você, por mim. É cada vez mais pintado, cada vez mais novela, mais estádio, mais voraz. Estou. Sei. Poeticossintetizada. Entre. Nós. Singular. Os sujeitos. Meus predicados. Nesse ar. De misturas. E pausas. Constantes. Com pontos. Vírgulas pontuadas. Frases circulares. Livros ao forno. Dois mil e oito a-guardar. Meus sorrisos. E véus. Nessa casa. Nesse. Lar. Que. Sou. Eu. Nesse barco. Nesse mar. Estou. E pauso. Para recomeçar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Amor de Julieta
Dry Neres




Sabe, meu amor... Meus dias são incontáveis com a presença tua. Estes teus olhos de Capitu, esses seus lábios de Literatura-viva-experimental. Sabe, meu amor... O pulsar do corpo teu é veneno doce em minha corrente sanguínea, em meu sistema... Nervoso! Pensamental! É intenso, é vermelho, é puro, é infantil, é humano, é! Quem há de pensar que dentro desse corpo frágil, existe uma força selvagem, um extinto quase nuclear? Quem há de pensar que meu coração está tão assim apaixonado, amor meu? Invento-me, recrio-me, espero-te... Beijo-te, amo-te, sinto-te em cada sussurro e respiração tua. Líquidos! Você é minha dança, minha música, minha inquietação, meu livro-vivo, meu papel em chamas, meu edifício a balançar. Quem há de pensar que poderei eu me afastar do sorriso teu, escultura minha? Diz pra mim, que tua alma há de morar em mim, por mais trezentos mil anos... "Sou tua, amor"! Esse coração meu, parece avião de Atenas, rumo às Índias. Rumo... Rumo... Direção: Você é! Tudo é tão leve, tão lindo, tão romance, tão filme de amor. Temos trilha sonora, papel de parede, canção no celular. Temos jeito de olhar, química na pele, carinho nas mãos, no ato de tocar. Temos coragem! E nossos nomes, deveriam deixar de se chamar, Dry, ou Maria, ou Julieta... Deveríamos nos chamar: Coragem! Porque a felicidade nos basta... e se você está feliz, os céus derramam chuvas de abraços em meus olhos... E eu emudeço, finjo, brinco, estou... Sobretudo, feliz por demais! Eu quero caminhar com você em todos os mundos, meu amor. Cantar todas as canções que o vento nos trouxer. Quero ser tua boca na minha, como explosão nos Fahrenheit! Quem há de dizer que a felicidade nossa é clandestina? Quem há de negar o brilho em nossos olhos? Olhos de Julieta no plural.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Olha
Dry Neres


As pernas nunca sabem
Os próximos passos que os pés darão!
Às vezes com uma paixão, o coração se cruza
Às vezes só com falta de compreensão.
Dói, ver pessoas que você ama
Apontarem-lhe os dedos
Sem ao menos ouvirem a outra versão do livro
A outra língua que traduz a história
O coração emudece diante dos encantamentos
O corpo é vela que se inclina aos desejos mais fortes
Todavia, os desejos não desrespeitaram a ordem natural dos fatos
Primeiro ponto final.
Depois nova frase com letra maiúscula e em fonte times romântico.
Dói ver todos os dedos apontarem você.
Sem que antes tua língua pudesse pronunciar a verdade
A verdade só é uma!
Embora as várias bocas conte-a de formas diferentes
A verdade só é uma, fato!
Só sei do sorriso que carrego na face, no corpo, nos olhos...
Nas chaves, nos livros, páginas, teclados, só sei desse sorriso.
Quem são vocês, deuses que tentam podar meus sentimentos?
Quem são os espíritos que não ouviram a verdade que eu desejo proferir?
Não importa. Não, não importa!
No carro, na camisa, nos calendários, nos meus dias, só sei saber desse sorriso!
Mas parece ninguém querer saber desse lado da história.
Mas nos versos, e na pele, dos ouvidos, nos sussurros...
Só este sorriso diz como estou!
E seguirei sorrindo.
Sim, seguirei sorrindo...
Até que algo prove o contrário.
E se não provar, saberei eu ter encontrado a felicidade!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Memórias de um apaixonado
Dry Neres

Lembrei-me do teu riso e quis beijar as ondas do mar com os lábios teus entrelaçados aos meus em anil. Senti-me em carne viva na ausência tua. Na saudade que aperta num dia que mais parece ter quarenta e duas horas que vinte e quatro. O palpitar exorbitante do órgão que produz o amor ousava chamar teu nome entre as ruas por onde passamos e deixamos rastros de cor e céu. Oh, amor meu, sou tua! E me recordo de quando batem às minhas costas os questionamentos dos que não se enamoraram pela lua: Senhorita, estás a pisar a Terra? Com suspiros a resposta é visível na fotografia tua, que se moldurou nos cabelos claros meus. Pareço pintura moderna, pareço poesia ultra-romântica, com sorriso estampado em camiseta de cetim campestre. Tudo em você é belo... Tudo em você me agrada, minha criança! No teu colo encontro o repouso e inquietação a tanto procurado entre lunetas e faróis. Continua iluminando-me amor meu, sorriso meu, água minha. E em tudo escuto ecoar nossa canção. Todos cantam em coro aberto e exultante. As flores despetalam-se e jogam-se ao chão para que passemos com nossos grãos de amor e paixão. Beija-me! Ama-me! Adormece em meus braços que cantarei o som que faz as ondas do mar a bater nas montanhas, em teus ouvidos, tuas entranhas. Seja a sombra minha. Não me canso de ter você comigo, anjo meu! Alegro-me em ter-te feito minha crença. Rezo-te assim, então! Devora-me, na cor mais exata tua, na cor do sangue nosso!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vestígios
Dry Neres



Ah, como é bom sentir saudade de um alguém que te completa... De um alguém que te arranca suspiros e sorrisos e sabores... De um alguém que entrou sem pedir licença e construiu morada ampla, com jardim e garagem. Ah, como é bom me lembrar da delicadeza dessas mãos artesanais, desse sorriso estonteante, desse abraço de sublimação, da intensidade do contato nosso.
Eu fico estática aqui, em meu local de escrever, causos e casos... Eu fico paralisada aqui, diante da sua figura... Boqueaberta, diante da conclusão de que o amor não precisa doer pra ser amor... De que existe sim, reciprocidade e de que "até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei"! É tão real. É tão humano e divino, esse enlace. Me sinto pronta para enfrentar qualquer coisa ao teu lado, anjo meu... Estou segura de que quero você comigo por longas datas, criança minha. Estou certa da quantidade infinita de álbuns escritos e silenciosos que nossas vidas escreverão.
Ah, como é bom te ter aqui comigo... E contar os segundos pra sentir teu cheiro... E te ligar pra não dizer nada; dizer coisas sem sentido, esperar você dizer que me adora e que quer muito que eu esteja contigo. Ah, como é bom te confidenciar meus segredos, saber como foi o seu dia, receber e guardar os beijos teus dentro do lugar mais lindo que há em mim. Você é real. O colorido mais belo dos meus dias tem sido a presença sua. E vejo as utopias partindo pra longe, num barco em que eu escrevi "Eu te amo" em letra ultra-romântica, em véu curto de percepção acerca do amor. E vejo as literaturas inventadas, que têm nome e sobrenome, e cor, e música, e endereçamento de cartas antigas, partirem sem deixar muito rastro; porque o que eu toco me agrada. Porque agora faz sentido. Não, não há coincidências, criança minha! Era pra ser... Eu sei!
Eu quero caminhar contigo entre galáxias e mundos e céus... descalça, nua, desarmada! Somente eu e você.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Amarás!
Dry Neres


Amarás! Este é teu mandamento perpétuo. Quero abraços como os teus, criança minha! Quero mãos que suavizam como as tuas, sorriso meu. Amarás! Não há culpa em conjugar o verbo. Nem aqui, nem por lá, à outrem! Se te coloco em minha vida, não permito que saias nunca mais. Se minha boca beija teus pés, feito o sal beija a água do mar, não te deixo caminhar sem as pernas minhas pra te sustentar entre as veredas, entre os campos dourados de gramas lisas.

Queria te fazer como pintura, como o Criador moldura sua Cri-Ação. Soprar-te-ei as primeiras palavras de doçura, banhar-me-ei da alma tua em canto e poesia, e verei repousada tua sombra nas pedras de cores vizinhas do Ártico. Sua pele assim na minha, seu jeito de me olhar; o jeito com que tocas minha face, aquele jeito de pirraça que insiste em ficar. Da pouca idade que temos, dos poucos instantes que conseguimos morar juntas, nos nossos mundos inventados e longínquos, digo que queria ancorar barco e desejar me deitar. Sentir os elementos da natureza a se moverem como ondas nos órgãos nossos. Que o coração pudesse falar e cantar nossos nomes em coro alto com o sol elevado de mar.

Que a paixão que vem não se vá! Não, não sou boa, só! Amarás!