segunda-feira, 30 de junho de 2008

Indizível:
Desabafos do Amante ao Amor - Dry Neres


Quem é o Amante e quem é o Amor?


Eu já não disse que não quero você mais perto de mim?
Eu sei que sou bem melhor com você, que você é o óculos invisível, meu.
Que o meu sorriso é limpo e minhas mãos cheias.
Que adoro fantasiar as mais belas e insanas loucuras com você por perto.
Não olho pros dois lados para atravessar a rua, nem leio a bula do comprimido.
Mas eu quero muito esquecer que você me faz tão bem.
Porque você ainda tem suas mudanças lunares de humor, e em uma dessas, você me deixa sozinha na noite gelada.
Eu não consigo mastigar, quando você diz que me admira.
Então porque não deixa eu morar em você?
O amor me fez mudar de cor, de nome, estado civil, roupa.. estou nua!
Me fez escutar a mesma música durante o dia inteiro e a noite também.
Você, Amor, me fez jogar no lixo algumas coisas que pesavam no meu bolso.
Em contrapartida, acrescentou mil outras, que não consigo tirar mais do local de acumular coisas insubstituíveis.
Se me tirassem um raio X hoje mesmo, todos veriam claramente que só me resta um órgão.
Esse órgão também, de moderno que se fez, mandou tatuar um nome só, em cima de vários outros que existiam.
Mas a cada tentativa de discutir com toda calma nossa relação, eu vejo que você mente pra mim.
Você me deixa confusa. Você me acende, só pra ter o gosto de me apagar, mais tarde.
Às vezes, bem mais cedo.
Você me tira da cama logo cedo para escrever, mesmo sabendo que ninguém vai ler meus lixos que preciso colocar no papel e incinerar depois.
Lembra quando você me disse que não tinha como não dar certo?
Que era perfeito demais, que era a metade minha?
Lembra?
Você até me mandou rosas amarelas, em formato de sol duplo, naquela manhã..
Naquela manhã que me lembrava a noite do quase beijo.
Do quase tudo e do quase-quase.
Não chora, por favor...
Você acaba amolecendo esse órgão burro meu, que agora trabalha sozinho.
Eu tento compreender você, mas não consigo.
Pára de mentir pra mim?
Fala a verdade que corta meus pulsos numa jogada só?
Vem aqui...
Me abraça.
Você explicou tudo direitinho...
Quem não entendeu, foi eu!
Vem aqui...
Me abraça.

Do quase tudo, do quase-quase.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Eu acho - Dry Neres







Acho mesmo que tem muita coisa errada nesse planeta. Todo o mundo se preocupa nesse exato momento em ser preconceituoso, hipócrita, falso religioso, desumano. Adoramos criticar! Nunca estamos prontos para estender os braços a outrem. Essa agonia de escrever denúncias, me faz sentir cada gota desse sangue, percorrendo cada artéria dessa minha. Aquecimento global, fome, pobreza de espírito, violência, corrupção, guerras dentro e fora de nós, hegemonia norte-americana, falta de água, doenças, capitalismo... É a terra que treme e faz com que nós soframos, paralisados com medo. É a poluição... Os animais - homens sendo extintos!

Mas o que nós fazemos sempre é jogar areia nos nossos olhos. Sim, é muito mais fácil falar sobre os meus problemas, sobre meu olho sedento. Os Raciona-is perderam a feição um pelos outros. Não reconhecem mais os de sua espécie. Já não se reconhecem no espelho. Suas mãos são duas foices, prontas para atacar. Séculos e séculos, e tudo o que conseguimos foi engatinhar, para trás! "O bater de asas de uma borboleta em Tóquio provoca um furacão em Nova Iorque". Caos! Delírio! Desatino!

Sinceramente, às vezes me pergunto se isso não é mais um The Sims; se eu não sou personagem de um jogo de tabuleiro. Eu acho... Eu só posso achar, porque não se explica tão facilmente o porquê de tanta insanidade global.

A prisão... Um velório... Uma lua alta. Eu queria o mapa disso tudo, uma diretriz. Tô cansada de histórias que me alimentam por um, dois meses. Eu quero a verdade de tudo e sobretudo, a verdade de mim. Existe algo muito sublime por trás dessa existência toda. Mas eu acho que... eu só posso continuar achando!!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Durmo ali no meio:

Respingos do tempo! – Dry Neres





Lembrando dos tempos em que minh’alma se enclausurou, nunca fora registrado antes um momento de tamanha reflexão. Eu quis dormir nessas letras nossas. E a imagem que me vinha sempre à cabeça, era a de um lobo e a de uma criança. Ora, por quê? Porque de lobo, gosto de apelidar o tempo, e com certa raiz de inocência, apelido-nos como crianças. Eu me sinto num redemoinho sendo perseguida, querendo correr, e as areias da ampulheta, não me soltam as amarras. As areias que nós mesmos criamos para justificar nossa falta de comprometimento com nosso local de dormir, o tempo. Fico literalmente paralisada, em outra situação, quando quero ficar quieta, calma, demorar sentindo, fazendo, e sou arrastada como que por um carro a 850 km/h.
Recordo de alguns momentos que duraram segundos, outros segundos que se perpetuam até o presente momento. É tão ambíguo e tão ousado falar sobre o que mais aflige e aprisiona os corações e os olhos humanos; mas é necessário. É necessário beijar essa dor que sinto agora, dor agonizante de quem gosta de construir de mãos vazias, desarmada. Os relógios estão presentes, nos pulsos, paredes, gavetas, livros, cabeças, homens, máquinas, copos, corpos; estão presentes, como se gritassem: - Ei, não olhe tanto pra mim. Há séculos eu venho tentando explicar que o importante mesmo é se voltar aí pra dentro de você e me tirar das paredes, pulsos, me tirar de você. Vocês nunca me alcançarão. Venho de outras vidas, passadas, que se cruzam com estas, e com aquelas que virão. Estou sempre um passo à frente, mesmo quando a pintura do quadro, quer dizer que não. Eu determino suas ações. Eu sou o responsável pela sua matéria, artéria, coração, brônquios. Você, me deu toda essa importância. Você, me fez desacreditar que eu poderia mudar algo em algum lugar, em alguém. Mas eu, ainda curo feridas, trago amores, levo paixões, alimento, cuido de você. Te faço carinho, quando você pega alguma carta antiga, ou quando escreve na virada do ano, teus anseios de longo alcance. -
Para uns ele demora, para outros ele se apressa. O amado já beija a esposa, olhando para o relógio. O filho diz, “eu também te amo, mãe”, preocupado com a hora que vai chegar na faculdade. Mas... E o espírito humano? O que faz ele nesse espaço de tempo tomado integralmente pelas necessidades corpóreas tão prioritárias? Seria bom mesmo, conseguir vivenciar séculos, durante nossa curta passagem por esta Terra. Fico a imaginar, o que percorre a mente de uma senhora de 86 anos. Ou por exemplo, o que transborda na mente de um bebê de cento e vinte dias. Gosto de modo singular, da formação do tempo interno... Do que nós mesmos inventamos. Inventamos porque a idéia errônea de que a face que contemplamos nesse exato momento no espelho, será refletida daqui a vinte anos, nos infla o orgulho.
Fico pensando no tempo dos meninos que andam descalços, sem pai nem mãe, sem lar nem cama; para eles, acredito não existir relógio. Para muitos, acredito não existir relógio. Talvez eles sejam mais felizes porque não se preocupam em derreter imagens formadoras de outras. Eles vão vivendo. Alguns, nem sabem quantos anos tem. Felicidade deles. Porque ao contrário do que já li em algum texto, gostaria de que não tivessem anos, nem séculos, nem dias; gostaria que houvesse um todo. Um todo coletivo, suscetível a todo tipo de contemplação nossa, sem delimitação. “Adultos” gostam de números. Mas eu continuo bem ali... no meio! Mais um respingo do tempo...
Ps.: Amigo poeta, Meireles Rodrigues, espero não ter te decepcionado com a "encomenda"... Como venho dizendo, tenho escrevido nesses dias meus, com pernas frágeis de criança. Entrego tudo àquele que sabe de tudo e que tem me movido nesse momento: Chronos, o mesmo que fez com que minhas linhas chegassem aí até você. Com todo carinho e admiração que carrego pela sua existência!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Livro do Esquecimento - Dry Neres


"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez". - Friedrich Nietzsche


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Me faço feliz duplamente quando minha memória me concede a dádiva de esquecer muito do que vivi. Algumas coisas, enterrei num jardim bem longe daqui. Outras, deixo no meu bolso, com velhos papéis amassados e uma foto ao meio. Quando sinto fome, toco. Toco sempre! Gosto de chorar a mesma lágrima repetidamente. Isso é verdadeiramente divino! Gosto de lembrar da música que não conseguiu emitir som e da corrida que eu não ganhei. Eu só gosto, não me lembro! Minha Me-mória, por vezes deixa de Mo-rar em mim. Vai lá pra... pra bem longe. Num lugar seguro! Não. Perigoso! Onde as estrelas costumam escrever e dançar as cantigas que outras cantam. Lá onde a menina estica o corpo frágil pra tocar a lua. Ela se estica, estica... faz força... e retorna com o cobertor nos braços, esperando uma nova oportunidade de tocar o livro da vidraça. Ela sabe muito bem que tem perdido muito do encanto primeiro. Já ia me esquecer de dizer que esqueci de preparar o sol que vai me cobrir amanhã pela manhã. Eu gosto de esquecer as chaves disso tudo. Porque na verdade, tem porta que não tem nenhuma. Já ia me esquecendo... Ela se estica, estica... faz força...
(Viagens e devaneios meus: O resto quis esquecer!)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Re-leitura de Meireles:
Pedaços - Dry Neres



Inscrição na Areia

"O meu amor não tem importância nenhuma.
Não tem o peso nem de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem importância nenhuma". - Cecília Meireles


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... Realmente não importa muito. Porque o meu amor é amor de outrem. É?
Porque quanto mais eu tento fugir dele... ele, sem corpo, chega perto de mim sem mensageiro.
Assim... de "supetão"! E o perfume meu, não é sentido pelo amor meu.. que não faz parte de mim... Acho que nem de ninguém... esse amor é muito livre! Isso me fascina...
A rosa não se abre... Pelo contrário, se contrai, se enclausura... Num seio outro!
É um desespero calmo. É uma calma de onda. Que vai... vem... ninguém... tudo... areia... que o mar... leva... sempre... e volta... os ped-aço-s... pra dentro de mim... eu, o caos!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

E o nome dela é Cecília! - Dry Neres




Peço licença hoje para falar de uma Cecília... Uma que faz com que meus olhos fiquem paralisados diante de tanta sensibilidade com o ato de escrever. Um comprometimento descomprometido com a palavra. A palavra que tem sabor, dela, de nós. Vou revelar aos poucos sobre essa Cecília que eu li, e lendo eternamente, estou e ficarei. Pouquíssimos sabem do muito que ela fez por todos nós. Uma carioca que tem sangue de todos os Estados do nosso Brasil. A máquina de escrever era seu alimento de horário. Sim, horário porque dá mais ênfase que diário. E cada hora dela refletia um questionamento nosso. A musa que ousou chamar Getúlio, de Sr. "Ditador", a mesma que Manuel Bandeira comparou às ondas em termos de luta; todavia ele enfatiza que ela possui algo ímpar: não se deixou afogar nas águas do mar, mas se fez enxuta. A mesma Cecília, esta que escrevia suas crônicas de cunho revolucionário no "Diário de Notícias", que defendeu com todas as suas forças a idéia universal de democracia, contra um governo autoritário. Colecionou inimigos e desafetos por expor suas convicções acerca da liberdade, acerca de uma "reforma educacional" e contra o ensino religioso nas escolas. Sim, ela já se assustava com a idéia de os alunos saírem mecanizados por uma moral de rebanho infame das escolas. Artimanha política e religiosa (uma Igreja Católica que tentava recuperar seu poder após quarenta anos de uma República laica, com ares positivistas)! Foi vítima de censura inúmera vezes, pelo então "Sr. Ditador Vargas", inclusive a mais famosa na Academia Brasileira de Letras, quando o polêmico Carlos Maul, definiu a poesia de "Viagem" (livro com o qual Cecília concorria), como "vaga e difusa".


Eu falo nesses dez minutos, da Meireles que é Cecília. Cecília Meireles! O alvo mais recente dos meus olhares angustiados. Ela me angustia. Isso é perfeito. A palavra tem que causar incômodo, se não não pode ser viva, se não é somente hipótese. A Cecília fala de Liberdade, de Ceticismo, de Caos, de materialismo, de morte, de esvaziamento, da crueldade. Ela faz com que mergulhemos dentro de nós mesmos. Ela fala de tudo como se expusesse a alma ante nossos olhos! Ela foi uma das personificações da representatividade da mulher em um dos períodos mais tensos da História do Brasil; período que foi vivido por ela de forma indescritível, compreendido entre novembro de 1901, data de seu nascimento, a novembro de 1964, onde sua alma se desvencilhou de seu corpo mortal, e foi escrever para as estrelas. Essa mulher deixou marcado em cada voz nossa (mesmo que ainda não saibamos), a voz dela, o timbre dela. O amor à palavra, à letra, à educação. O amor à dor que se fazia amiga dela nas horas vagas e nas horas de trabalho também. Através da Janela Mágica dela, livro que li a uns dois anos atrás, senti uma inquietação exorbitante. E desde então, comecei a comer tudo o que eu encontrava dela. Comi também o que eu não encontrei. Esses foram os mais deliciosos sabores! Ela me encanta. E hoje se faz tema dessa escrita ainda como pernas frágeis de criança, que deseja soprar algumas velas do barco que ela deixou em constante movimento. E quem faz esse movimento é cada um de nós. Me ajude a soprar! Essa Cecília, que me faz ter uma imagem nítida do que ainda não se projeta. A liberdade, Cecília! Você me convida a me achegar a ela.


Cecília, em sua biblioteca.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Arquiteto de mim mesmo:
ESCREVER - Dry Neres





Escrever é ter o pedaço de cada um dentro de si; pedaço que a gente desconhece, mas que aparece sem nenhuma pretensão. É o nosso inconsciente coletivo, velho Jung! É ir até a China pra pedir uns conselhos para o Buda, fazer escala em Cuba pra falar com El Che, visitar as ruínas gregas, entrar dentro de você.

Ser arquiteto de palavras não exige muito rebuscamento parnaso; exige sim um derramamento de emoções. Você precisa se mostrar, logo precisa ser corajoso. Não precisa ter muita ordem, nem sentido. Normalmente cada pessoa vai interpretar de forma que venha à calhar com os teus próprios "sentires". E você precisa se encantar com isso! Escolher a mobília é algo fantástico. Normalmente numa construção procuramos bem rapidamente o terreno, mas eu gosto dos móveis. Não precisa ter casa. Pode morar no boteco ou na esquina. O importante é construir!

Criação! Obra tua! Os olhos brilham depois de dias ou horas em que teu Eu conversou com você. Os dedos, parece que nunca se saciam. Parece que se pensa com eles, não mais com o cérebro. Eles nos indicam o norte a ser seguido. Eles preferem a contramão. Desorganização. São aflitos, angustiantes, molhados, velozes. Os calos são visíveis. Porque se carrega uma herança milenar nessas mãos tuas, mesmo teu instrumento sendo tão transparente.

Riqueza inigualável! Até hoje em toda a minha vida, não conheço nada mais fantástico do que dar vida as palavras, devolver a alegria de viver a quem perdeu, pela eficiência em desenhar uma imagem inatingível, amplitude dos sentimentos. Um imenso sorriso me vem quando vejo muitos outros amigos nossos, que não deixam isso morrer. Caminham, constroem, desconstroem, sofrem. Um poeta é o ser que mais tem angústias nesse planeta. Então me diz quem não é poeta? Faz-se necessário tocar a dor, que sim, é palpável e transformá-la em um desenho escrito.

Esse fascínio me move. Traduzir o intraduzível é o erro mais delicioso que cometemos. Sabemos que não tem como explicar, mas... Conseguir enxergar num aparente chapéu, um elefante na barriga de uma jibóia é realmente fascinante. Foi por ali, com Exupéry que eu aprendi a ver entre folhas, entrelinhas, "entregentes". Eu aprendi a me deixar encantar, tocar as palavras, as palavras que me definem, me traduzem, nos aproxima.

Vagueiam desconcertantes, à espera que tua sensibilidade as toque. As palavras! Gosto de forma singular de como elas chegam. E aí me vem novamente, Exupéry. Você precisa cativar o espaço ao teu redor, deixar ser cativado. Marcar um encontro diário para que vocês se aproximem. Ler as pessoas ao teu redor. Ver numa plantação de trigo, cabelos de príncipe. Ver em você um ser em potencial que busca respostas que nunca chegarão. Respostas que você não precisa encontrar. Se ver na roupagem de um eterno viajante aprendiz.

Esperam o momento correto de serem reveladas... As tuas faces, as chagas da sociedade. Precisam ser mostradas! A alegria que se encontra no canto dos pássaros, nas formigas ruivas da Lygia Fagundes Teles, na mesa que voa do Veríssimo, nas janelas mágicas da Cecília Meireles. Precisam ser mostradas! Teu sorriso insano num velório, tua dança sem compasso num casamento, tuas rugas que a maquiagem esconde, teus cabelos despenteados, a comida que cai da tua boca. Precisam ser mostrados!

Respeitosamente, dedico este dia que ainda não inventaram no calendário pra homenagear ninguém, este dia que precede a chegada de mais um inverno, este dia que nunca mais volta, neste dia que você pode começar a ver tudo de outra forma. Hoje é o dia pessoal do "ESCREVER", e não quero que ele termine nunca. Vou me demorar nesse dia, em que o desejo que se faz gritante e constante e presente é que o fascínio encontre os pensamentos dos homens frios ou quentes, das almas carentes ou influentes. Que o vento toque nossa pele, e não seja simplesmente vento. Porque os olhos humanos podem mais, nossa alma pede mais. Teletransporte urgente! Precisamos...

terça-feira, 17 de junho de 2008

Enquanto isso, o mundo pede paz - Dry Neres





A mãe só deseja que o filho volte pra casa no final da tarde. Que o esposo possa comprar o pão de cada manhã. A gente só quer liberdade de poder sentar na calçada e ver as crianças brincarem. Seria bom se não precisasse colocar corrente no portão. Seria bom não ter que colocar corrente em mim. Eu quero uma apnéia pela paz! E ter que segurar a bolsa quando vai pro metrô, andar olhando pra trás, chegar cedo em casa pra não correr o risco de não voltar mais. Tenho que lavar o alface 10 vezes com vinagre, pra não morrer com o teor alto dos agrotóxicos. Tomar cuidado com a carne que como pra não virar mutante. Colocar uma melancia na cabeça para não ser atropelado na faixa de pedestre.

Não posso me arrumar muito, pra não levarem minha roupa. Preciso falar baixo pra não chamarem minha atenção. Preciso colocar câmeras em casa, pra não tratarem mal minha avó. E um espião pra ver se a babá cuida bem da minha criança. Eu me sinto um manequim. Todo dia, o dono da loja escolhe uma roupagem, e eu visto. Eu quero uma apnéia pela paz! As pessoas precisam da paz interior. A Empresa, Igreja deseja tirar. Pintam a imagem de um Deus autoritário. Falam em paz e promovem a guerra da consciência que desencadeia as mais perversas atitudes "Humanas" por conta da placa: "Pare"! A educação pede paz, pede mais. As crianças não aguentam mais serem trancadas e jogadas e arrastadas por carros e por homens sem coração.

Os mais velhos querem descansar e nós jovens levantamos nossa bandeira vermelha, que é a cor do sangue que corre em nossas veias. O sangue azul dos fidalgos da direita pede guerra. Pouco se importam com quantos estão morrendo neste exato segundo. Gostam mesmo de falar sobre "Golf", da "Cotação do Euro", do "Fashion week". Enquanto no Nordeste os pobres comem terra seca do sertão. Os "grandes", se preocupam em dieta e academia para perder peso e na África só pedem um feijão. Os jovens morrem de depressão. Para a máquina governamental a solução não está não está nas mãos deles. Mas quando é um "filhinho de papai" que se droga, ele precisa de um psicólogo. Gostam de vestir meninos com roupa camuflada, alma camuflada, mandarem eles pra favela combater a própria criação que a máquina política, os descompromissados, ajudaram a construir. Eu quero uma apnéia pela paz!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

146 Caracteres - Dry Neres

My song is love, is love unknown.
And I've got to get that message home.

Ps.: Não pedi permissão à musa pra fazer a "pintura". Minha cara-de-pau sempre prevalece nesses momentos. =D
Codinome, amor! - Dry Neres




Todo mundo briga comigo quando eu tento ser racional. E todos me apontam quando não sou. Eu adoro criar mundos que não existem. Na verdade, tenho Doutorado nisso. Construo e desconstruo casas numa facilidade imensurável. Na verdade, não. Demoro um pouco. Deixo doer um pouco. Vou anestesiando. Sorrindo, pulando; disfarçando e me enganando. Isso é fantástico! Danço com a dor. Ela sempre me fez bem. Se eu pudesse fazer um último pedido, a mim mesma ou ao cara mais chato que eu conheço, o Tempo; pediria que... tudo acontecesse de novo, da mesma forma como foi. Com todos os erros, e imperfeições, desajeitamentos, e paixão minha. O rosto liso deu espaço a um mar; azul, vermelho, amarelo, verde, preto, branco, de todas as cores sem cor. Não reconheço muito bem essa face que sempre me acompanhou. Porque quanto mais eu digo pra ela: Silêncio! ... ela insiste em falar. E todo mundo pergunta. Ela não cansa e não se demora em responder. Ontem a noite, veja só, ela começou a se molhar. Eu não queria. Mas ela é teimosa! Hoje acordou gripada. Aliás, não acordou. Parece estar em um sono profundo, sono do não acreditar. Não acreditar que se perdeu o que nunca teve. Que paranóia estrutural! Ela precisa de um esteticista, eletricista, oftamologista, cardiologista, ista... ista... e ista. Ela não precisa de nada. Só queria uma gentileza. Ei, amigo... faz uma placa pra mim, escrito bem assim: "Fechado para balanço"!!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

In Memorian - Dry Neres






Eu vejo longe, bem longe. Acho que nunca esteve aqui.
Eu não posso atrapalhar o amor, o meu amor de ser feliz. Mesmo que haja vista a necessidade de ser em outra casa.
"Tornar um amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém". Essa voz do Nando nunca me fora antes tão verdadeira!
Esta noite meu corpo chorou e se derrama nessa manhã de sol em que o frio predomina. Os olhos rasos mal conseguem ajeitar a construção de palavras que não alcançaram quem eu gostaria que assim tivesse chegado. Elas nem me alcançam mais. Já não sei ser arquiteta de mim mesma!
Eu queria fundar um mundo. Agora. Morar lá uns 1500 anos. Eu não sei lidar bem com a renúncia. Antes pensava ser um ato de covardia. Hoje sei que é um ato de amor. Mas ainda assim, preciso aprender a conviver com isso. E eu amo. Que louco! Mas, eu amo. Renuncio aos beijos e aos momentos que eu escrevi aqui. Só aqui. Eles nunca existiriam. Talvez ingenuidade ainda de achar que se pode acabar com um império de silêncios duplos. O navio regressa novamente ao porto sem a nau que buscava, encontrou e desapareceu. A nau ainda está lá fisicamente. Mas digo que desapareceu o elo que nunca se teve. Todo o tempo do mundo. Isso nunca vou negar. Todo o tempo do mundo...
Me faço vento, ou sol, ou teus cabelos, só pra te tocar involuntariamente. Me despeço do que não houve. Me despeço do próximo para entrar em contato com o distante. Eu não sei como vivi tanto tempo sem encontrar você. Nem sei como faço pra viver agora que encontrei. Tão perto e tão longe. Tão forte e tão fraca, me faço. Dancei com o amor e ele pisou no meu pé. Me apresentou um reino inatingível, mas eu ainda quero dormir nesse reino.
Até onde as forças e fibras que envolvem meu corpo puderem aguentar. Todo o tempo do mundo. Eu não acredito estar escrevendo isso. Mas antes dos dedos que digitam é o coração que fala. Me despeço da pele que sempre quis tocar, do riso que sempre quis rir junto, e que ri separado, às vezes por um simples "Olá". O coração aperta o fígado, os olhos e o pulmão. Me faço pequena novamente, assim como quando te vi pela primeira vez e poderia sem fazer esforço algum, descrever cada detalhe daquele.
Me faço pequena por mais uma vez, e me deixo ser sugada pelo mesmo canal da fala que exalava palavras sem som àquele ser instigante, devorador, que agora mora no meu inconsciente mais consciente. Me entrego esperando um sim ou então, um "até mais". Esse "até mais" demora e nunca chega ao "mais". Não posso escrever tanto agora. Preciso guardar cada força, de cada fibra pra dançar com o sonho mais sonhado que meus olhos contemplaram na realidade mais perigosa que quis viver...



"icnaba" -
Ps.: Se organizada, a palavra recebe forma.


Look in my eyes. You’re killing me, killing me. All I wanted was you...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Na - morados - Dry Neres




O Aurélio definiu:

Namorado ♥ ²

afér. de enamorado
adj.,
Requestado, galanteado;
enamorado, apaixonado;
meigo, amoroso;
s. m.,
Aquele que é requestado ou que requesta;
amante;
conversado.


Na-morados, eu defino:

:. Aqueles (as), que moram um no outro.
:. Na morada individual, que se faz coletiva, dupla, por vezes tripla.
:. Eles na verdade não têm definição.
:. São a tradução explícita do amor.
:. Materializam o amor.

Gostaria de que minha fala fosse direcionada principalmente aos que não Na-moram e ainda conseguem ser: Na-morados.
E aos que vivem essa dádiva, não queiram ter os pés no chão.
Porque do Amor não se pode dizer nada. Ele é indizível, fantástico.

Ele é!

Sangria desatada que não quer parar.
Dor que dói mesmo sem doer.

Esperar o que não se alcança.
Vestir a alma de outrem.

Buscar o que já viu partir.
Fazer-se cego.
Amar o apaixonado.

Partilhar o que não se tem.

Rasgar fotos e cartas.

Reconstituí-los depois.

É o grito.

Apaixonar-se pelo amor.

Loucura sã.

Ler o Na-morado.

Cuidar o que não ama.

Inebriar-se.

Mergulhar sem dolo.
Fazer tudo ser real.

O Amor...


Ele é!
♥ ² ♫




quarta-feira, 11 de junho de 2008

Destino - Dry Neres


Palavras insuficientes. Realmente não sei mensurar! Esse corpo tem sido um carro sem freio. De pé, de mão. O destino acabou preparando o cobertor. É tão difícil perceber? Todas as afinidades, confidências, palavras, silêncios. É tudo de mentira? Não, não pode ser. Pela primeira vez as respostas suprem à necessidade dos questionamentos, embora ainda pareça confuso. Mas é tão difícil de visualizar assim? Minha eternidade tem sido trocada por esses momentos. Únicos! Indimensionáveis. Entre um desajeitamento e outro, retomo a fala: sou sua. Sua Dry. Tudo que penso em fazer, penso em você ao meu lado. De um sorvete a uma volta ao mundo. Sentimentos doces, indescritíveis. O despertar de sensações! Insuficiência de fala... Minha fraqueza. Isso é intraduzível. Tentei desenhar, falar, escrever. Mas eu sinto! A dificuldade é de desprender o corpo do deserto e eu tenho as ferramentas. Estão todas aqui... O destino não está nos pregando uma peça. Foi tudo preparado por ele com muito cuidado. Eu quero essa face aí, bem aqui. Em mim. Uma só. Tá bem fácil decidir. Todo o tempo do mundo lhe é suficiente? Se não for, paro o relógio, mudo a definição de tempo, de espaço, te levo pro espaço... Só pra você saber: Que tudo que eu mais quero é você.

Assim - Dry Neres


Tenho me alimentado de migalhas valiosas.
Umas com sabor amargo, outras tão doces, sem descrição.
Eu tô num pesadelo ou na maior viagem da minha vida?
Eu tô me libertando ou entrando na teia que faz prisão?
Eu tô levando ou me deixando ser levada?
Já não sei mais se durmo ou se me faço acordar.
Não posso me importar tanto.
Afinal, o que realmente importa?
Lar, lar... Eu preciso de um.
Será?
Não.

Penso que se eu me acho agora...
Te perco de mim!

Assim...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Viajante - Dry Neres


Eu entendo. Entendo até o que eu não queria entender. Isso tem sido delicioso. A vontade, o querer estar, querer fazer, ser, escrever no corpo uma nota musical milenar, filosofal. Vontade de dançar nessa nota sem permanecer nela o tempo todo. Pois é preciso se ausentar. Somente a ausência de algo ou de alguém pode nos remeter a sensações que não se tocam. E essas são as melhores! Eu quero que a minha felicidade seja clandestina. É como ser um peregrino num país desconhecido, beber algo que esquente o frio e partir. Partir só até entender que é preciso ter a necessidade de retornar. É como a menina do livro. Quero abrí-lo, tocá-lo, me demorar em ler um ponto e depois partir; partir com incertezas se vou gostar da próxima página ou se o livro não vai desaparecer. Eu quero andar na corda do acrobata sem preocupação, descalça, nua, desarmada. Quero que Ela se achegue a mim, queira dormir em meu seio, ventre, dentro de mim. Dentro de mim! Nas minhas vozes velozes, famintas. Mãos aflitas, que gostam de tocar. Eu quero o encontro incerto. Quero uma ligação de quem não fala nada. Quero sentir o calor de um vulcão com um simples olhar, de desejo. E que no beijo, eu sinta a linguagem, língua;língua estrangeira que sempre tem que descobrir uma expressão nova. Uma agonia que não se vocifera. Fica sempre presente, pra que o palpitar de um corpo em chamas não se perca de nós.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O tempo - Dry Neres




Eu queria poder dizer pra mim mesma que estou errada. Ou dizer que é tudo uma bobagem, fantasia. Meu corpo tem-me dito que não. Os sintomas são e estão aparentes. Desorientação! O silêncio me castiga. Todavia, não posso cobrar palavras; não posso cobrar nada. É incrível como as flores ou espinhos nascem independentemente da nossa vontade. Nunca me vi tão vulnerável, também nunca me vi tão sorridente. Parece loucura, porque não tenho motivo palpável pra sorrir. Mas já dizem os grandes sábios que somos verdadeiramente felizes quando estamos no mundo da utopia, do desejar, do criar, inventar e do esperar. Acho que isso tem me mantido em pé. Não gosto de ser tão nostálgica, nem de falar demais. O silêncio que era meu, foi tomado por um turbilhão de palavras, que tem assustado as pessoas e tem feito com que tenham dúvidas. Não sei até que ponto é agradável. Sei que posso esperar todo o tempo que for preciso. Porque a urgência dá espaço à calma agora, visto que não posso deixar escorrer pelos dedos a água que sempre quis que matasse a sede minha. Eu espero todo o tempo que for preciso e isso não é uma hipérbole desenhada. Tenho um templo que oferece morada. Está tudo à flor da pele, mas eu ainda posso me controlar!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Liberdade? - Dry Neres





Livres? Levanta a mão quem não tá preso a nada! Levanta a mão quem não tem medo de ir pro inferno um dia! Ir pra onde mesmo? Pro inferno! Isso já não é aqui? Levanta a mão quem tem digitais... Eu não consigo só engolir o que mastigaram pra mim. Tá tudo muito estranho. Fora do ar. Fantoches espalhados em cada esquina, robôs que repetem uma canção sem timbre. Homens que querem ser divinos. Como pode habitar divindade num corpo assim, tão vulnerável e suscetível aos desejos dessa carne que envolve essa alma? O caos que gera a mente humana por si só já impede o tal Humano de ser livre! Livre da morte? Livre do amor? Livre da dor e do querer? Livre do saber e do escutar? Você é livre de você?

Essas digitais que tocam os papéis e documentos velhos e passam horas e horas em frente a uma máquina fria, de tela fria, com gente fria. E que tem que caminhar com toda cautela, porque os buracos são visíveis e muitos... As digitais estão se perdendo e aí não poderia mais apresentar identidade. Identidade do que sinto e do que quero. Eu quero demais. Eu sinto demais. Estou presa a esse redemoinho que é viver.

A liberdade não pode ser um dogma ou um paradoxo a servir como espelho. Cada um vai se questionar sobre o que lhe parece mais verdadeiro e a partir daí vai inclinar a vela do barco no rumo que esse vento lhe propor. Vontade, inimiga da Liberdade. Fico fascinada quando leio Sartre e ele me remete ao pensamento de que nós só não somos livres para sermos livres. Porque estamos alienados à nossa própria condição de "libertos". A responsabilidade de nossas escolhas serem "determinadas por nós mesmos" nos coloca um peso imensurável, opressivo. "A liberdade humana revela-se na angústia"!

Se você é realmente lúcido, tem uma compreensão exata das coisas, não há escolha. Disso resulta uma ação correta. Apenas quando há dúvida e incerteza é que começamos a escolher. E então eu volto a vos dizer que o homem sempre se fez prisioneiro de angústias, medos, culpas, solidão, impossibilidade de agir, padrões pré determinados, doutrinas, normas, dogmas... Pode então libertar-se buscando o autoconhecimento e realizando-se. Tornando-se responsável por suas escolhas. E sabendo que essa responsabilidade lhe incute uma consequência bem física, bem impugnativa!

Levanta a mão quem quer ser livre agora...


quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Silêncio - Dry Neres




Quem foi que disse que ele também não fala?
Quem inventou que O Poeta tem sempre que falar?
Eu não sei traduzir tudo o que sinto.
Ou traduzo demais!
Existe beleza no silêncio?
É a beleza mais pura que já escutei!
O abrir de portas rangendo e o som dos olhos a procurar
O Silêncio no meio da multidão.
Ele tem caminhado com as mãos no bolso
No bolso da garganta que guarda o que se quer falar
Masca um chiclete aqui, bebe um café ali.
É o Silêncio das frases ditas que não se pode abafar...
É de verdade o silêncio que se cala
E é recíproco e constante.
Ele parece ter formação em Medicina
É remédio e veneno no mesmo compasso.
Quero que o silêncio leve um pouco dessa afobação
E que possa me moldar a
o menos por um tempo.
Quem inventou que O Poeta tem sempre que falar?
Eu não sei traduzir tudo o que sinto.
Ou traduzo demais!




“Pequena” Carol – Dry Neres


* Você parece demais com esse anime! ^^

Ela que sempre me sorri mesmo quando chora..
Eu, que com ela faço guerrinha de travesseiro..
Eu, que quando ela nasceu, morria de ciúmes e queria morder ela de raiva..
Agora dá vontade de morder de tanto orgulho..
Ela é uma princesa, minha princesa..
Realmente você tem qualidades desejáveis a qualquer ser vivente..
Por trás dessa tristeza que você faz força pra passar, sei que sorri por dentro..
E é lindo ver você sorrir, minha pequena.
É lindo quando você reclama do tamanho de um livro que te dei e logo em seguida diz que mesmo sendo tão grande, você adorou.
Por vezes, acordo à noite pra escutar teu respirar e te beijo pela manhã quando tenho que sair.
Às vezes brigo, querendo te sorrir.. Ás vezes sorrio, querendo brigar.
Você me ensinou o que é amar um ente da família de verdade.
Porque você é minha razão de viver.
Esses olhinhos que sei exatamente o que querem dizer nesse exato momento.
E essa inteligência plural que sinceramente me assombra. Tua percepção de mundo já veio aguçada, desde o período pré-mortal em que vivíamos antes desse.
Adoro tuas chantagens. Você consegue ser cômica mesmo nos momentos de apuros..
E quantos já passamos juntas hein mana?
Desde lâmpadas quebradas, hamsters voadores do ping pong, até panela com arroz queimado. Incrível como você me faz sorrir largamente, e em escala.
Tuas mudanças de humor são incríveis. Adoro tua cara fechada e quando diz que tá de “belengue-belengue” comigo.
Jogar bola com você? Muito bom! Pequeno Príncipe com você? Inexplicável!
Saber que te ensinei muita coisa me faz tão feliz...
Você consegue deixar qualquer “adulto” boquiaberto com tuas palavras firmes e sólidas e doces. E quando canta? Encanta! Causa choro e esperança. Esperança de que existam muitas pessoas extraordinárias assim como você e de que elas ainda vão mudar esse lugar comum, que é esse mundo.

De tudo que posso dizer, digo que te amo minha pequena. Esse amor nos une, esse amor nos torna irmãs assim, de sangue. E quando se fala em sangue não é puro fetiche. Esse mesmo sangue que corre aqui, corre aí em você e pra sempre.

Ps.: Pra você, irmã minha (Carol Neres)!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Casa Pré-fabricada - Los Hermanos

Abre os teus armários, eu estou a te
esperar



Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos


Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar


E fazer do teu sorriso um abrigo


Canta que é no canto que eu vou chegar


Canta o teu encanto que é pra me encantar


Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você


Que explique a minha paz


Tristeza nunca mais


Mais vale o meu pranto que esse canto em solidão


Nessa espera o mundo gira em linhas tortas


Abre essa janela, a primavera quer entrar


Pra fazer da nossa voz uma só nota


Canto que é de canto que eu vou chegar


Canto e toco um tanto que é pra te encantar


Canto para mim qualquer coisa assim sobre você


Que explique a minha paz


Tristeza nunca mais

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Lembranças - Dry Neres

Me lembro bem do tempo em que fazíamos de tudo canção. Você com esse sorriso meio quase todo bobo e esse jeito de me fazer rir das tuas piadas sem graça. Você me foi um livro aberto, durante muito tempo. E sei que ainda é... Agora de uma forma um pouco mais tímida. E essa timidez ainda consegue se fazer bela, como nos velhos tempos. Só tenho a agradecer pelo crescimento que me foi proporcionado através dessa singeleza tua sem par. Quando a canção toca, ainda lembro!