sábado, 31 de maio de 2008

A Dor e o Beijo da alma - Dry Neres



Os dois sempre duelam e é incrível. Um te machuca, o outro te traz o remédio. Um te joga no lixo, o outro recicla. Mas eles sempre caminham juntos. E talvez seja por isso que brigam tanto. São companheiros, mas nem sempre fiéis... Enquanto um dorme, o outro cresce e usa suas armas. Normalmente, fazem revezamento. E quando o outro acorda, pega a casa bagunçada ou arrumada demais, o que vai depender de quem dormiu... E aí já viu no que vai dar não é?

Beijo. Quente ou frio. Beijando o beijado. Olhos e bocas fechadas ou entreabertas. Um palpar o não palpável. A dor, por vezes, se consegue pegar. Outrora, aparece como um Golias que não se pode combater. Mas quando é que não podemos combater uma dor? Nunca. Isso! Nunca... Tudo tem cura. E quando menos se espera, esta aparece. Toma você, te inebria, te põe no colo, coisa que você sempre quis. Deixa a cura fazer parte de você. E você pergunta: Quem ganha nessa briga? E eu respondo: O que você alimentar mais!
Ps.: Pra Você!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Toque suave - Dry Neres
Entre um desajeitamento e outro, meu coração batia mais forte, pulava. Entre cada olhar, um véu de desejo e cuidado. Em cada som, da voz, dos risos havia algo que nunca tivera antes me acometido. Algo que me faz querer ser corajosa e forte, mesmo tendo o coração amolecido diante de tão esplêndida figura humana. Surreal! E tocar mãos também nunca me fora antes tão indescritível. Porque não eram simples mãos, era a metade minha, era o Eu meu. Suave, doce, aveludada, pequena, devoradora... Assim como nos meus sonhos tão reais! E como era exorbitante a vontade de não sair dali; fazer parar todo o globo terrestre e registrar segundo a segundo cada cena, cada detalhe. O abraço? Intraduzível! Intraduzível porque os lábios acabaram se roçando, sem "pré-medição" alguma. Eles só se sentiram. Não. Eles não só se sentiram. Eu pude sentir um encontro de almas, mesmo tão rapidamente. Outro abraço. E a vontade de ficar ali crescia ao passo que um lábio quis buscar o outro novamente. E um olhar de... é melhor parar por aqui. Mas a noite era longa. Eu podia relembrar e filmar cada detalhe daquele, e assim o fiz. Em alguns momentos o sono me levou daquela realidade tão sutil. Todavia, rapidamente eu pedia pra voltar e ele me permitia porque sabia que aquilo tinha sido a coisa mais importante que me aconteceu nos últimos dias. Levantei meu corpo agora leve, bem leve do local de dormir e descobri que eu também tinha ganhado de presente todo um dia pra filmar a cena mais perfeita de encontro que meus olhos, coração e corpo puderam contemplar. Mesmo com tanto desajeitamento da minha parte... Ora, como sou apavorada e como minhas palavras soavam descompassadas! O dia lindo veio com um embrulho exemplar, um sol maravilhoso e duplo, que refletiu em minha pele a Felicidade desses lábios que agora são tocados pelos meus dedos em lembrança das mãos que também tocaram as minhas.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Coração - Dry Neres

"O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático".
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Simpaticamente falando, o coração é o responsável por tudo que acontece ao nosso redor. Tanto coisas boas, quanto ruins; é vilão e mocinho no mesmo tanque. Exitem corações bons, ruins, indiferentes, felizes, apáticos, doentes, esportistas, aventureiros, brincalhões... Tem de todo tipo, tem de tanta gente. Ter um coração significa existir. Saber o que é um coração não significa ser sábio; significa ser errante, eterno aprendiz! Sentir que tem um coração significa ser humano e sensível. Sim, muita sensibilidade para entender algo que está dentro de você. Se falando em dentro, não tem lugar melhor para morar em alguém do que dentro dela. E o coração tem um boa casa. Casa grande pra uns, debaixo da ponte pra outros. Isso tudo vai depender de quem locar o espaço. Queria dar um cobertor para cada coração... Coração frio é tão ruim. Fico triste com esse esfriamento mútuo. Quero calor, suor, praia, sorvete. Quero corações que sabem dançar!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Encontro - Dry Neres

Marquei um encontro comigo mesma. Com minhas emoções, meus jeitos. Encontrei uma confluência de rios que desaguavam em cenas díspares. Parei, respirei fundo e vi no espelho uma face divina e profana que busca a si mesmo, incansavelmente. Entrei na casca, caminhei entre postes e carros e zunidos. Não achei. Gentes com todo tipo de rosto, lugar, sorriso, pulsar. Não encontrei. Me fiz menor e peguei viagem no meu respirar invadindo meus pulmões. Vi sangue, veias, ossos, carne, coração e... e encontrei! E como foi assombroso. Encontrei! Não exatamente o que procurava, mas todas as razões necessárias pra querer sair daqui de dentro e ser, existir, agir. Descobri que não tem rascunho e é agora. O agora nos impõe belezas que os olhos mortais não permitem contemplar... ainda. Senti-me feliz em saber que sou única. Única! Você também é. Nós somos. Juntos, somos. Ao encontro de, à procura de, a favor de... encontro! Às vezes vamos longe, em outros pólos de outros extremos em busca do que está tão perto, bem perto, embora não pareça tangível. Encontrei alguns corpos e eles me ajudaram a estabelecer a base do castelo que de areia seca, molhou. E a água com toda sua capacidade de renovação, me deu carona numa onda e me trouxe até aqui, agora, pra você e pra mim...


terça-feira, 27 de maio de 2008

Minh'alma - Dry Neres

Incrível como naquelas montanhas e colinas e vales gelados onde só se ouvia o cantarolar dos pássaros que eram muitos e faziam piruetas no céu... Pousou-me na mão esquerda uma alma, alma livre de borboleta. Beijou-me a ponta do nariz, puxou-me pela mão para que pudéssemos flutuar sobre aquela bruma que se apresentava diante de nós. E como falava, falava sem parar. Cada gesto traduzia um pensamento claro, assim como ela. E ela, a Psiquê, por ser traduzida como a própria alma, que consegue nos envolver e nos aprisionar na mais desejável e aromatizada prisão que poderia se encontrar um ser vivente. Ela é movida pelo belo, e ficou tão espantada e admirada com toda aquele preto e branco colorido que seu respirar acordou todas as flores naquele vale. E foi-me surpreendente contemplar o acordar e o sorrir de cada flor, com a minh'alma fora de mim, deitada no ombro meu. Resolvi então levar a alma livre de borboleta à fonte de água límpida e tão transparente como aquela pele. E ela então adormeceu, um adormecer tão vivo quanto sangue que faz pulsar o coração. E o coração traduzia o encontro do amor e da alma; a Psiquê que me pousou na mão esquerda naquela tarde de sol fino no gelo que se fez lava quente.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Astronauta - Gabriel O Pensador & Lulu Santos

Astronauta tá sentindo falta da Terra? Que falta que essa Terra te faz? A gente aqui embaixo continua em guerra, olhando aí pra lua implorando por paz. Então me diz: por que que você quer voltar? Você não tá feliz onde você está? Observando tudo a distância. Vendo como a Terra é pequenininha. Como é grande a nossa ignorância e como a nossa vida é mesquinha. A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço, de tanto lutar por algum espaço. E você, com todo esse espaço na mão, querendo voltar aqui pro chão?! Ah não, meu irmão... qual é a tua? Que bicho te mordeu aí na lua? Eu vou pro mundo da lua... Que é feito um motel, aonde os deuses e deusas se abraçam e beijam no céu... Ah não, meu irmão... qual é a tua? Que bicho te mordeu aí na lua? Fica por aí que é o melhor que cê faz! A vida por aqui tá difícil demais. Aqui no mundo, o negócio tá feio, tá todo mundo feito cego em tiroteio, olhando pro alto, procurando a salvação, ou pelo menos uma orientação... Você já tá perto de Deus, astronauta... Então, me promete que pergunta pra ele as respostas de todas as perguntas e me manda pela internet. Eu vou pro mundo da lua... Que é feito um motel, aonde os deuses e deusas se abraçam e beijam no céu. É tanto progresso que eu pareço criança. Essa vida de internauta me cansa! Astronauta, cê volta e me deixa dar uma volta na nave, passa a chave que eu tô de mudança... Seja bem-vindo, faça o favor e toma conta do meu computador. Porque eu tô de mala pronta, tô de partida e a passagem é só de ida! Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me desconectar porque eu já tô de saco cheio e não quero receber nenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar. Eu vou pro mundo da lua que é feito um motel, aonde os deuses e deusas se abraçam e beijam no céu. Eu vou pra longe, onde não exista gravidade pra me livrar do peso da responsabilidade de viver nesse planeta doente e ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente... Chega de loucura, chega de tortura, talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente! Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão, ódio, mentira, ambição! Estrela por aí é o que não falta, astronauta! A Terra é um planeta em extinção...
Sentimentos meus - Dry Neres

Amor.
Fome.
Ausência.
Metade.
Amarelo.
Balanço.
Partida.
Futuro.
Chegada.
Urgência.
Vambora.
Espera.
Cor.
Silêncio.
Música.
Branco.
Palavra.
Apnéia.
Sorriso.
Sonho.
Luz.
Dos olhos.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

A Palavra - Dry neres

A Palavra, uma mulher doce, aroma agradável, cabelos ruivos, vestido longo, transparente, usa brinco, colar, unhas sempre feitas... A Palavra, às vezes, se esquece e acaba falando demais. Ela bebe muito. Cheia de vícios. Gosta de festa e boa música. Ao lado do Violão ela encontra seu porto seguro. Ela é ameaçadora, conquistadora. Ela suga tudo de você! Tudo mesmo... E vou avisando logo: Não tem como fugir! Mas ela cuida de você... Te abraça, beija, acarinha. Outrora, te dá um susto. Te faz chorar! Ela é instável demais.

Hoje resolvi "bater um papo" com ela e perguntar o que a torna assim, tão utilizada por tudo e por todos até mesmo quando não se diz nada. Ela com toda astúcia e sabedoria me respondeu: Eu estou sempre em constante movimento. E o movimento é a maior necessidade humana. A estática não pode fazer parte da vida. Eu sou sangue, suor, lágrimas, risos. Sou definitivamente, o movimento! Quer dançar comigo?

Eu fiquei sem palavras... Ou melhor, fiquei com a Palavra! E como me foi saboroso...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Carta aos meus amigos - Dry Neres
Essa pele que envolve esse corpo pequeno e magro, não conseguiria expressar em sua totalidade quão grande é o amor que meu coração devota a vocês. O privilégio que tive e tenho de vir a essa Terra, com esse corpo mortal, viver nesse período probatório com vocês, me é agradável como nada me fora antes. É incrível vê-los sorrir, vê-los chorar... E fazermos tudo isso juntos! Meu coração está pequenininho. Muito pequenininho. Ou então está tão grande, que não cabe mais aqui dentro de mim. Eu sei que meus dias não são iguais sem vocês. Sei que todos os momentos que passamos juntos, só se resumem a uma palavra: eternidade! E como me é doce o sabor de cada palavra desajeitada nossa. De cada trilha e lual e música e baile e violão e pizza e macarronada e almoço no domingo e aeroporto e missão... E tanto amor que nos cobre... Eu consigo registrar aqui, cada expressão. E como me é real e vivo e recíproco! Não sei precisar como foram meus dias antes de sorrir com vocês e muito menos como serão nessa ausência boa e longa. E como me é longa. Eu sei que daria minha vida nesse exato momento por qualquer um de vocês, amigos meus, almas gêmeas minhas... Não posso ver o céu, nem mato, nem terra, nem água, cada elemento divino me lembra vocês. Por que sempre estivemos juntos em tudo, ainda estamos. A distância física, essa mulher de cabelos grossos e voz irritante, não aprendeu a destruir a proximidade que temos. E isso é irrefutável.

Eu os amo tanto, tanto... Chega a doer tanto amor! Estou pensando na volta... Vou saltitar de alegria e as lágrimas virão. Lágrimas de uma saudade vencida, de ausência presente! Presente! Vocês são meu maior presente!

Eu estou aqui pra tudo e pra todos vocês... Lembra quando dizíamos que tinha algo que nos unia de forma ímpar? Sim! Me veio um sorriso... Cada vez que esse sol que nos cobre brilhar, e cada vez que uma estrela nos brilhar é um guizo risonho meu, seu, nosso!


Sempre e sempre!

Guerra Gelada - Dry Neres





Estão brincando de fazer fome,
terremoto, morte,
lixo humano, fazer gente,
esculpir mentira.
Brincando de tirar foto da desgraça,
jogar com as crianças, fazer guerra, mexer na terra.
Agrotóxico!
Vai explodir, se abaixa; vidraça, feijão...
Fome! Desabrigados do vento frio, gelado que bate.
Desalmados!
A água tá acabando,
dogmas que perdem a moral... rebanho!


Aonde estão os revolucionários?


Aonde está você?


O revólver deveria mirar amor...




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Sonho - Dry Neres


Eu penso que sou urgente demais... Queria um mar sem ondas, logo pediria um céu sem azul. E isso se tornaria algo ruim. Sou instável, outrora estável demais. Penso que não sei bem o que pensar. Penso que o meu agir me tem magoado. Minha rua tá sem calçada. Tudo bem, não quero me sentar. Quero, quero muito. Sentar no balanço dos meus sonhos. O velho balanço de corda sem cor que era azul! Quero pisar em terra firme! Não, não quero. Quero abraçar meu abraço. Sentir vontade de rir meu riso, do meu riso insano e divino... Das minhas caras, das almas, traçadas, tracejadas, disparadas... Atada! Presa pela liberdade de estar condicionada a ser livre!

Sopro! Era só um sonho...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Despedida - Dry Neres


Não tenho muito pra dizer não!

Os soluços me impedem... Deixo o silêncio falar. E como ele é doloroso.

Não se vai só uma amiga... Vai um pedaço de mim!

Portugal, Brasil... Você lá, eu aqui...

Não sei bem lidar com essa distância.

E amanhã, quem vai me chamar de chata e me fazer sorrir?

Quem é que vai me ligar e eu não vou entender nada?

Quem?

Mas é verdade... Podemos pra sempre estar juntos... Eu sei!


Nada mais! Fala comigo silêncio... Escuto tua voz seca e desconfortável.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sorrir - Dry Neres


Já tinha me esquecido! Esquecido do quanto é bom sorrir... Ele te transporta de um mundo a outro numa facilidade assustadora. Atravessei as linhas do horizonte, comi um algodão doce, beijei um beija-flor, sacudi uma nuvem, dancei com o vento...

E como me foi agradável, sorrir! É gostoso conviver com ele, às vezes mais tímido, outrora mais espontâneo, assim como eu! Somos parecidos... Acredito termos nascido juntos! Quatorze músculos usados da forma mais sábia, perfeição. Depois do sorriso a alma nos beija, e aí são usados mais vinte e nove músculos. Quanta simetria. E nessa matemática sem cálculo, quarenta e três vezes sorrio até o infinito pra saber que ele nunca sobra. Sempre vai ter alguém buscando um. Distribua!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Devaneios Num Guardanapo - Dry Neres


O ar sereno envolve minha pele... Solene, doce, risonho. Estrelas ao chão. E como elas brilham! A mercê de emoções que vibram, distorcem sentada, todavia não estática. Num constante movimento, envolvimento; Os postes, minha sorte, se eu quiser dormir por favor, me acolha em seus braços. As luzes, deslumbre. Num aquário das gentes. Presentes!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Máquinas - Dry Neres


05:30am – acordar!
05:32am – abrir os olhos!
05:35am – levantar!
05:36am – escovar os dentes!
... e se preparar para aos 37, morrer!!
Se continuar assim, terá que inserir um novo cartão de memória e fazer back-up toda semana...
Quer remédio?
Peque um martelo, uma serra, corte sua lataria, entre na fila de doação de órgãos, peça um coração (acredite, tem muita gente querendo doar um) e seja HUMANO!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Afinal, os anjos existem? - Dry Neres




Quando eu era pequena, digo menina, por que não cresci muito... Conseguia ter a inocência de conversar com minha própria sombra e vê-la como um anjo, que possuía asas. Com o passar do tempo, fui... fui... Descobri que sim! Eles existem! Agora não mais na minha figura; inocência perdida. Mas em muitas pessoas que por vezes não me fora permitido ver a face.
Os anjos conseguem ter e ser luz mesmo num buraco fundo, caos do mundo... Esplêndido! Sei que velam até o meu sono. Certo dia, em mais um dos meus sonhos infantis, abri os olhos de noite e... e... Não! Não tinha anjo ainda... Mas quando acordei pela manhã, por volta das nove horas, pude ter a certeza de que estou cercada por Eles. E assim como as formigas carregam as folhas, me sinto posta no colo dos meus anjos, por horas e horas, até que o sal das lágrimas jogadas pelo meu globo ocular se perca na “cova” de um sorriso de menina.

Hostil Diferença - Dry Neres


O Amarelo do Vermelho. O Homem da Mulher. O Pequeno do Grande. A Dor da Alegria... Eu sou dIfErEnTe de você! E isso talvez te incomode... Tenho três bOcas, um ouvido só. Falo muito, escuto pouco. Desconforto! Você é assim?

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A fábrica do pensamento - Dry Neres


Sorria! Acorda! Se move... Nítida e misteriosa, se move. Dá voltas. Flutua. Atua no teu palco, afinal você é produto de inspiração dos artistas! Olha pro céu, pro sol: que coisa maravilhosa! O que poderia te deixar triste nesta tarde em que o dia deseja dormir? Acorda! Por que é tão difícil desgrudar teu corpo frágil e pequeno do teu travesseiro? Escuta o canto do pássaro, do motor dos carros... Sente o "perfume" que as fábricas exalam. Seja alvo dos flashs, máquinas, engrenagens, descartável. Sublime! É engraçado como os cactos do deserto não são tão ruins assim como se apresentam. Muito menos as rosas tão aromatizadas como as visões errôneas pintam.

Construir castelos de areia, soltar pipas sem linha, são realmente características humanas. Sim! E se falando em humano, como “todos” da espécie, temos coração. Ah, coração... e ele adora se fazer cego, surdo e mudo em diversas situações.

Antes de ontem conheci um sujeito infeliz e mal amado, chamado Amor, e permiti que ele trepidamente vulcanizasse meu existir! O irmão dele, um cara legal e gentil, chamado Amor-Próprio, não deu as caras. Ufa, que pena! As coisas não teriam caminhado assim tão descompassadamente!

sábado, 3 de maio de 2008

A dança - Dry Neres


Cada passo determina quem somos, quem gostaríamos de ser...A vida é uma dança... Nós somos os bailarinos! E que nostalgia contemplamos ao término do espetáculo, sermos aplaudidos! Mas de que valem os aplausos? O importante mesmo é bailar clandestinamente, sem preocupação com as formas. O importante é sorrir mesmo num dia frio, em que a ponta do nariz se quer congelar e o corpo pede o afago do lençol...Te desejo um bom espetáculo... Em que você não seja espectador, mas seja sempre artista!!

Água Viva (Fragmento) - Lispector


O que sou neste instante? Sou uma máquina de escrever fazendo ecoar as teclas secas na úmida e escura madrugada. Há muito já não sou gente. Quiseram que eu fosse um objeto. Sou um objeto. Que cria outros objetos e a máquina cria a nós todos. Ela exige. O mecanismo exige e exige a minha vida. Mas eu não obedeço totalmente: se tenho que ser um objeto, que seja um objeto que grita. Há uma coisa dentro de mim que dói. Ah como dói e como grita pedindo socorro. Mas faltam lágrimas na máquina que sou. Sou um objeto sem destino. Sou um objeto nas mãos de quem? Tal é o meu destino humano. O que me salva é o grito. Eu protesto em nome do que está dentro do objeto atrás do atrás do pensamento-sentimento. Sou um objeto urgente.

Metades - Dry Neres


Me pego sempre a pensar na ambiguidade humana, na nossa forma ímpar de amar, de achar que amamos, de sermos amados, de achar que somos. São sentimentos que penetram uma alma já adormecida. Quem há de fazê-la sorrir novamente? Sim. Por si só as estrelas já a fazem. Todavia, como uma espada flamejante, algo a corta pelo meio... Ela se recompõe e cortam-na novamente. Metades! Ela é um inteiro de uma metade. Ela caminha entre espinhos como se fossem flores e sabe fazer o contrário também. Ela ama, sofre, sente, chora, treme, finge, mente; dia e noite, noite e dia... Para que você não sofra. Para que não se faça sofrer. Para que você não sinta essa mesma agonia ao olhar no olho que te sorriu um dia.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Flor de Lis - Dry Neres




Apesar do riso contido, teu formato é singelo. Um mistério! Uma perfeição!
E quando a Luz incomparável do Sol reflete em teus Mares?! Sim! Teus mares, teus olhos cor de mar, cor de vento, cor de sorriso, cor de vida! E essa tristeza que parece ser do tamanho de uma montanha que não consegue tirar o teu brilho interior?! E quando com essas mãos suaves e lisas e aveludadas tocam um objeto e ele subitamente se transforma numa rosa, flor...? Flor de Lis é teu codinome. E não é atoa. Tens um legado a seguir, tens uma estrada que a pintura de rochas esconde o tapete vermelho que te aguarda. Que graça teria se não fosse assim, não é mesmo?
Consegue trazer paz aos mortais. E te amar é a "tarefa" mais simples e mais árdua. "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"! E que medo de te magoar. E que ânsia de acertar. Irmã, amiga, anjo, mãe, filha, céu, terra, estrela, música... É incrível como a vida grita pra você! Ela te chama... Ela te implora... Uma guerreira. A chave para muitas portas. E na dança da vida, tua silhueta conseguiria modificar tua aflição! Aflição que não deve durar mais que um instante. Afinal, quando é que os pássaros deixarão de cantar? Muitos desejariam ter a inteligência de que és dotada. Poucos a possuem, mas você a contém! Deixa teus olhos sorrirem. Deixa teu corpo falar. Por que enquanto se tem vida, se tem a vida. Depois tudo vira hipótese. Deusa da caça e da serena luz, Ártemis. Fonte inesgotável da inspiração dos artistas. Ao passo, que tua pintura ainda ninguém soube esculpir.
És intraduzível e é isso que te torna tão bela; rainha dos bosques. Como a luz prateada da lua, percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora. Ainda conta a lenda que és representada, como caçadora que é, vestida de túnica, calçada de coturno, trazendo aljava sobre a espádua, um arco na mão e um cão ao seu lado. Usa tua força. Levanta tua cabeça Ártemis. O que acha de travarmos juntas um combate contra as coisas que te afligem, me afligem, nos aflige?
Vamos Diana Romana! Só me sorri e saberei que entendeu...

A Língua é o que nos une - Museu da Língua Portuguesa [2007]

Almas Cálidas - Dry Neres


Calado! Psiu! Aceite esse açoite. Esta é sua sorte, seu destino, seu lugar! Teu lugar infinito, sendo também infinitamente maltratado, pisado, estereotipado. Tua fala não emite som. Só teu sangue pode gritar. Grito! Incontido! Pelos poros de tua pele, reivindicam que uma voz seja ouvida.Tá abafado! Tenho falta de ar...

Será que posso mesmo suportar? Se eu suporto, vou para o céu! Mas por enquanto, este inferno se faz minha morada. Morada incerta. Nunca soube ter casa, nem ser casa de alguém. Moro numa casca; moro na idéia que têm de mim!

Os meus pensamentos vagueiam e anseiam por ar... Malditos senhores! Acaso algum dia vão me recompensar? Ah, vão sim! Daqui a uns 100 anos vão oferecer minha memória como prato de um museu...


- Alceeeeeu!!


Meu senhor me chama. Preciso ir. Me deram um nome! Um homem que tem alma, nome e... E, mais nada! Sou negro, sou escravo, rei e imperador. Isso quem vai determinar são meus sonhos! Se eu ainda os tivesse é claro...

Já volto tá bom? Vou lavar os pés dos meus senhores e ser o animal sacrificado para o jantar dessa noite!
Mas depois vou para o céu, não é mesmo?!

Com carinho - Dry Neres


Pernas que se fazem trêmulas, em busca de um novo rumo... Passos de uma criança que quer e precisa descobrir a melhor forma de trilhar o caminho que já sabe que é certo!
Mãos em brasas de uma escrita carregada de anseios, perspectivas... Ela sorri como se chorasse e deixa os olhos dela falarem por si. Ela anda "pisando em ovos", afinal ela ainda tem medo de voltar a fracassar! Ao passo, que teu coração ainda dói e é incrível... A dor parece ser tão real, mesmo sendo fictícia!
Ela só quer navegar no mar dela, com os tripulantes dela, sendo tripulante de alguém também! Ela tira forças não sei de onde. Outrora, falha na mesma pintura do quadro...
Ela precisa ter os pés no chão... A cabeça no coração... O coração numa caixinha... E a caixinha ser a bússula!!